Internacional Titulo
Jornais iraquianos não publicam fotos dos filhos de Saddam
Por Da AFP
25/07/2003 | 09:40
Compartilhar notícia


Os jornais iraquianos desta sexta-feira não publicaram as quatro fotos dos corpos ensangüentados e desfigurados dos filhos de Saddam Hussein, Uday e Qusay, mortos nesta semana durante uma operação das forças dos Estados Unidos em Mossul. O material foi entregue nessa quinta à imprensa em Bagdá junto à radiografia da perna de Uday, que tinha uma placa metálica em função de um atentado xiita fracassado sofrido em 1996.

A administração americana, no entanto, defendeu sua decisão de publicar as fotos por achar que isso convenceria os iraquianos mais céticos. "A divulgação foi uma decisão difícil, mas justa, e estou contente por tê-la tomado", declarou em Washington o secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld, estimando que a mesma não viola a Convenção de Genebra sobre os direitos em tempos de guerra.

Para ele, "a brutal carreira de Uday e Qusay acabou, enviando um sinal aos iraquianos de que a família Hussein está acabada e não voltará a aterrorizá-los".

O chefe da administração civil no Iraque, Paul Bremer, afirmou, no Pentágono, que a difusão das imagens "ajudará a convencer as pessoas de que os dois homens estão mortos e principalmente que Saddam e seus seguidores pertencem ao passado".

Bremer avaliou igualmente que isso ajudará - mesmo que não seja a curto prazo - a garantir a segurança das tropas americanas no Iraque, junto com a nova estratégia antiguerrilheira dos Estados Unidos. "Inicialmente não me surpreenderá se houver um aumento da violência contra nossas forças. Mas acho que, a longo prazo, isso animará mais os iraquianos a nos dar informações", acrescentou.

Bush - Para o presidente George W. Bush, "o povo iraquiano viu claramente a determinação dos Estados Unidos de assegurar sua liberdade e que o regime de Saddam Hussein jamais se restabelecerá".

Bush admitiu, no entanto, que suas tropas continuam expostas ao perigo, o que fica evidenciado com a morte de três soldados americanos esta quinta-feira, em uma emboscada perto de Mossul. A resistência iraquiana parece não ter esmorecido diante da morte de seus líderes.

Por outro lado, o vice-presidente americano Dick Cheney contra-atacou a polêmica que Bush e sua afirmação de que o Iraque teria tentado comprar urânio da África. Cheney enfatizou que teria sido uma atitude irresponsável ignorar os indícios recolhidos a esse respeito pelos serviços secretos americanos.

Apesar de todos seus esforços, a Casa Branca não conseguiu pôr fim à controvérsia causada por essa referência duvidosa no discurso sobre o Estado da União, lido por Bush em janeiro passado. Nenhuma arma de destruição em massa foi ainda encontrada no Iraque e a Casa Branca, assim como o primeiro-ministro britânico Tony Blair, são acusados de terem exagerado as ameaças iraquianas para justificar a guerra.

Vingança - Mesmo reconhecendo a morte de Uday e Qusay, homens armados se apresentaram como Fedayeens de Saddam, a milícia paramilitar favorável o antigo regime, e prometeram vingá-los em uma fita de vídeo transmitida na quinta-feira pelo canal Al Arabiya.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;