Produção de alimentos X preservação ambiental é um dos argumentos...
Artigo
Produção de alimentos X preservação ambiental é um dos argumentos usados por alguns parlamentares para aprovarem o Código Florestal Brasileiro, porém esse argumento não é verdadeiro. Atualmente a área plantada no Brasil está em torno de 62 milhões de hectares, sendo a maioria de soja e cana-de-açúcar (22 milhões de hectares), culturas com projeção de crescimento, mas para exportação. Essas culturas são produzidas em áreas extensas e a produtividade está na média de países desenvolvidos. Enquanto as culturas que são a base para nossa alimentação - feijão, arroz, mandioca e milho (22 milhões de hectares) - são produzidas em pequenas áreas e possuem baixa produtividade quando comparadas a países desenvolvidos.
Uma imensa área de terras é ocupada com pastagem. Segundo o IBGE (2010), está em torno de 180 milhões de hectares, tendo em torno de uma cabeça de gado por hectare. Nesse sistema ocorre muito desmatamento, o que aumenta a emissão de CO2, agravando o problema do aquecimento global, que o governo deveria atenuar.
Ao invés de aprovar esse código, prejudicando áreas de proteção permanente e reservas legais, os parlamentares poderiam propor que fossem ocupadas as terras degradadas e abandonadas que existem no País; desburocratizar o crédito rural para o médio e pequeno produtor - setor que emprega quase 75% da mão de obra no campo e é responsável pela segurança alimentar dos brasileiros, produzindo 70% do feijão, 87% da mandioca e 58% do leite consumidos no País -; melhorar a utilização de técnicas adequadas para aumentar a produtividade das culturas que formam nossa base alimentar; propor que o rebanho ocupe metade da área utilizada, isso é, colocar duas cabeças de gado em vez de uma por hectare - com isso, 100 milhões de hectares seriam utilizados para agricultura - e não permitir anistia a quem desmatou, pois será falta de respeito com quem foi multado e honrou seus compromissos em dia.
Conclui-se que no nosso País dá, sim, para preservar o meio ambiente e produzir alimentos. O que falta é priorizar a produção da nossa base alimentar e fortalecer o homem do campo. Falar que é necessário aprovar o Código Florestal para garantir alimentação no futuro do Brasil é apelação de quem está de má-fé ou desconhece o assunto.
Domingos Sávio Rodrigues é engenheiro agrônomo e doutor em Agricultura.
PALAVRA DO LEITOR
Loterias
Comissão de juristas, no Senado Federal, pretende tipificar os jogos de azar no Código Penal como crime. Atitude brilhante, pois milhares de pessoas jogam de maneira desenfreada, perdendo todas as suas economias em jogos viciados que só beneficiam os banqueiros. Sem contar os jogadores compulsivos, que chegam a perder todo os bens (casa, carro etc). Porém, não podemos esquecer que o governo federal é o dono do maior cassino do Brasil, que são os jogos patrocinados pela Caixa Econômica Federal, distribuídos por milhares de lotéricas espalhadas por todo País. Esses jogos não serão enquadrados no Código Penal, pois pertencem ao governo e geram lucros ao Tesouro. Um exemplo é a probabilidade de se ganhar na Mega-Sena, de uma para 53 milhões. Eu jogo na loteria desde sua existência (há 40 anos) e nunca ganhei. Resta-nos a indignação, porque a lei pode ter duas interpretações.
Valentim Reschini, Santo André
Sacolinhas
A ganância e o descaso de governo e empresários causaram essa fantasia de que as sacolinhas nos supermercados prejudicam o meio ambiente. É sabido que as sacolinhas nunca foram gratuitas, o preço delas era embutido nos valores dos produtos, que sem elas não irão ser reduzidos. As sacolinhas ditas biodegradáveis, pagas pelos clientes, geram impostos, que beneficiam o governo e aumentam o lucro dos empresários, que repassam esse imposto para o cidadão. O consumidor tem que ficar esperto com essas maracutaias, pois logo os empresários e o governo inventarão que quem for ao médico terá de levar suas próprias gazes, claro, para proteger o meio ambiente.
Luiz Antônio Ramos Ferreira, Santo André
Academia
No dia 3 de março, o vereador Israel subiu na tribuna da Câmara para falar com orgulho sobre a academia ao ar livre, inaugurada na praça localizada no Jardim Tamoio (Ipiranguinha), Vila Alzira, em Santo André. Ele alegou que a academia ao ar livre trouxe mais lazer e qualidade de vida às pessoas. Sem dúvida, trouxe. Mas em seu discurso mentiroso, que engana a todos, disse que crianças não utilizam os aparelhos. A má localização da academia no Ipiranguinha virou extensão do parquinho para os pequenos, onde ficam brincando. Não falou que a academia é para maiores de 12 anos, e que crianças não a utilizam. Doutor Israel, vá visitar o Jardim Tamoio para verificar que a academia é extensão do parquinho! Outro detalhe é que, em menos de 20 dias da inauguração, já temos quatro aparelhos quebrados.
Igor dos Santos, Santo André
Política e fé
Preparam-se para as eleições de 2012 medidas de controle nas paróquias sobre seu comportamento político, a fim de evitar o uso dos espaços de fé religiosa pelos candidatos. Como, por exemplo, o ocorrido no dia 1º, Domingo de Ramos, na paróquia do bairro Jordanópolis, em São Bernardo, quando num ato de fé religiosa foi usado o espaço por um determinado deputado de forma irresponsável. A procissão de abertura da Semana Santa mais parecia caminhada de seguidores do deputado do que ato religioso promovido pela paróquia. Moradores do bairro ficaram sem entender realmente o que estava ocorrendo ali na rua no momento da procissão. Como se não bastasse, no domingo anterior haviam sido anunciadas a presença do deputado na missa e sua candidatura a prefeito de São Bernardo, contrariando a legislação eleitoral vigente. Ato totalmente ilegal, desrespeitando a comunidade e a diversidade de pensamento existente na sociedade. Por essas e outras, moradores, cobrem mais respeito a esse deputado, já que se diz representante do povo. Gércio Vidal, São Bernardo
Museu
Tanta coisa séria para ser feita neste País nas áreas da Educação, Segurança Pública, Saúde, Transportes, obras de relevância. Mas a irresponsabilidade fala mais alto e o prefeito de São Bernardo, em cumplicidade com a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, resolveu construir Museu do Lula, onde a apologia à greve e a outras irregularidades serão evidenciadas. E, pasmem, fazendo uso do dinheiro público. Acho que o povo deveria voltar-se contra esse descalabro, evocar seriedade e exigir que esse projeto seja rasgado e jogado no fogo. A continuar desse jeito, vão querer canonizar esse senhor, que usou de artifícios assistencialistas para se eleger presidente, manipulou a opinião pública com ajuda de seu partido e se fazia de cego quando lhe convinha.
Nei Silveira de Almeida, Belo Horizonte (MG)
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