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Psiquiatra é baleado em crime misterioso
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
16/12/2006 | 20:14
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O psiquiatra Gilberto Acácio de Oliveira Filho, 32 anos, morador do bairro Campestre, em Santo André, é vítima de um crime misterioso.

Oliveira Filho levou um tiro na cabeça na quinta-feira à noite. Ele foi encontrado baleado no banco traseiro de seu carro na Vila Califórnia, zona Leste da capital, com as mãos amarradas para trás. Está internado em estado grave na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital São Paulo, também na capital.

A polícia trabalha com várias hipóteses: roubo simples, participação de algum paciente com problemas mentais ou envolvimento de algum amigo ou membro da família no crime. Oliveira Filho foi encontrado pela Polícia Militar agonizando, às 23h30 da última quinta-feira, na rua dos Municípios. Seu carro, um Corolla preto, havia batido em uma Fiorino que estava estacionada. O dono do veículo avisou a PM ao ouvir o barulho da colisão. Disse que não chegou a ver ninguém saindo do Corolla. Foram roubados a carteira, o relógio e o celular de Filho. Dentro do Corolla, havia uma fatura de celular no nome da vítima, identificação que correspondeu ao proprietário do carro.

Os policiais levaram o psiquiatra inicialmente ao Pronto- Socorro da Vila Alpina, mas depois ele foi transferido para o Hospital São Paulo. O psiquiatra mora na rua das Figueiras, em Santo André, com o irmão, o vendedor Fernando Acácio de Oliveira, 28 anos. Uma prima deles, que na madrugada de anteontem tinha sido comunicada do crime pela polícia, foi até a residência na manhã da sexta à procura de Fernando Oliveira e encontrou o portão e a porta abertos, sem a presença do vendedor. A televisão, o DVD e o computador do psiquiatra estavam ligados. O cofre estava aberto, vazio, com a combinação escrita em um papel.

A prima, assustada, foi até o 4º DP de Santo André e avisou os policiais. Investigadores se dirigiram até a casa e apreenderam seis espingardas antigas, um computador, o bilhete com o número do cofre e um receituário médico do Hospital Santa Marcelina, onde trabalha o psiquiatra.

O irmão da vítima foi achado pela prima trabalhando normalmente e disse não saber de nada. Contou apenas que, na quinta-feira, às 22h30, saiu para dormir na casa da namorada, horário em que o irmão permanecia na residência.

A polícia ainda não sabe o horário correto em que o Corolla saiu da rua das Figueiras. Um vigia teria informado que foi por volta das 21h.

Nenhuma testemunha relatou se o psiquiatra estava acompanhado ou não. Oliveira Filho costumava sair à noite para ir à padaria ou ao mercado, mas nunca deixava a porta aberta, segundo o irmão. O vendedor relatou à polícia que o psiquiatra costumava deixar o cofre aberto, sem nada dentro, para não causar problemas com possíveis ladrões, e informou ainda que as armas foram herdadas do pai.

A polícia trabalha com a hipótese que Filho foi atacado por alguma pessoa conhecida. Cartas de seus pacientes foram achadas na residência. Foi solicitado exame residuográfico para o irmão, para checar se há vestígios de pólvora em suas mãos. O irmão do psiquiatra não foi localizado.



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