Unificar a administração e modernizá-la. Essa é uma alternativa para o Golden Shopping, de São Bernardo, voltar a crescer. A conclusão é do empresário Antonio Azevedo, acionista e síndico do centro de compras, que credita ao elevado número de proprietários parte dos problemas que atingem o conjunto desde os anos 90.
A unificação, entretanto, não é uma fácil tarefa: ainda é preciso convencer 25% dos proprietários (são 50 no total) a criarem uma sociedade anônima – uma S/A. Em vez de manter a estrutura administrativa de condomínio, em que cada uma das 193 lojas possui dono e tem autonomia de decisão, o empreendimento passaria a ter somente acionistas, gerenciado por um único administrador.
Ainda existem outros obstáculos, segundo Azevedo. A maioria dos proprietários que resistem à unificação está inadimplente em taxas de condomínio e sofre, ações judiciais. “Muitos abandonaram as lojas em razão dos débitos, outros não são encontrados, o que torna muito mais difícil o processo de cobrança e de unificação de todo o complexo.
Mesmo com as dificuldades, o síndico aposta na viabilidade econômica do Golden. “O processo de concretização da sociedade anônima está adiantado, e o diálogo com os donos em andamento. Quatorze empresas nos consultaram e querem negociar a entrada no shopping. São magazines, lojas de grife e de lazer. Estamos procurando viabilizar uma nova forma de estruturação jurídica que seja mais condizente com as exigências do mercado e, principalmente, viabilize a inserção do empreendimento no mercado”, diz Azevedo.
Ele afirma não enxergar semelhança entre a atual situação do Golden Shopping e o período pré-falência do Best Shopping. “Aquele empreendimento mantinha a mesma estrutura administrativa do nosso conjunto, mas tinha participação de cerca de 150 proprietários. Nossa condição é totalmente diferente.”
Apesar do baixo índice de ocupação – atualmente em 33% – Azevedo afirma que o empreendimento não está em débito com o município nem possui irregularidades cadastrais, acusações feitas Prefeitura durante a “expulsão” da Feira de Malhas do local. O administrador não comenta sobre o assunto, mas expositores da feira atribuem a decisão do Executivo a “questões políticas”.
A administração do shopping foi notificada na semana passada por fiscais da Prefeitura, sob alegação de possuir pendências fiscais e cadastrais na Secretaria de Obras. A pista de boliche estaria irregular desde 1989, acusação desbancada por Azevedo. “A pista foi aprovada em 17 de agosto de 1995 pela Prefeitura de São Bernardo, recebendo o alvará nº 1415/SO-411. Além disso, a dívida que o shopping possuía está sendo quitada em parcelas, que estão em dia, pelo programa ‘Refis‘“, rebate.
A Prefeitura também acusou, em notificação, que o prédio não possuía alvará do Corpo de Bombeiros. “O laudo pericial está vencido, mas temos em mãos um protocolo com seis meses de validade, que ainda vai vencer, já que a vistoria depende da agenda do próprio Corpo de Bombeiros e não de nós”, acrescenta Azevedo. “Ou seja, não devemos nada a ninguém. Nem dinheiro, nem licença ou documentação.”Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.