Pelo quinto mês consecutivo a economia brasileira apresenta recordes históricos de criação de vagas
Pelo quinto mês consecutivo a economia brasileira apresenta recordes históricos de criação de vagas. Foi gerado somente neste ano 1,260 milhão de empregos. Apenas no mês de maio, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, foram 298.041 postos de trabalho formais, dos quais 98.624 no Estado de São Paulo. No ranking das cidades campeãs na abertura de empregos, no Grande ABC têm destaque São Bernardo, que aparece em 20º lugar, com 1.799 postos de trabalho, e Santo André, que surge em 37º, com 1.215 vagas.
Normalmente, quando temos cenário de forte aquecimento da economia e geração de trabalho, os profissionais especializados ficam mais disputados, os salários tendem a aumentar e as empresas pensam em formas e políticas de atração de candidatos.
Trabalhadores de níveis superiores com formação acadêmica mais forte (MBA ou pós-graduação) e também profissionais especializados, como mecânicos, eletricistas e encanadores industriais, já estão ficando difíceis de serem encontrados no mercado. Hoje no Brasil temos investimento muito grande na área petrolífera e química. As empresas têm investido muito e isso tem gerado demanda por profissionais qualificados.
Outras especialidades já estão carecendo de profissionais, mas em escala menor. Executivos com inglês e espanhol fluentes também fazem falta. É imprescindível dominar essas línguas se a pessoa almeja um cargo de liderança em empresas multinacionais.
Diante dessa realidade, para desempregados como empregados que buscam melhores oportunidades para mostrar seu potencial, a dica é investir em novos conhecimentos por meio da formação e capacitação. Vale a pena realizar cursos de línguas, especializações e cursos técnicos, dependendo da área de atuação e do nível do profissional, além de estar sempre preparado para a oportunidade que está para surgir. Também é importante demonstrar atitude, tanto no processo seletivo como no ambiente de trabalho. Comprometimento, iniciativa, boa comunicação e facilidade de relacionamento interpessoal são características valorizadas em qualquer empresa, pois alavancam velocidade nas inovações e propiciam bom clima entre os funcionários.
Sob a ótica das empresas, o objetivo é atrair os melhores profissionais, pois elas sabem que isso pode significar ganho em competitividade. Primeiramente, é necessário avaliar se a companhia é atrativa sob o aspecto de cargos, salários e benefícios. O pacote de remuneração total deve ser ao menos o da média de mercado para ser atrativo. É a hora, muitas vezes, de rever faixas salariais, benefícios como assistência médica, odontológica, previdência privada. A empresa precisa fazer com que os melhores queiram trabalhar para ela. Mas não é somente o aspecto financeiro que precisa ser avaliado. As pesquisas sobre motivação demonstram que o aspecto financeiro interessa no curto prazo, mas é o lado da realização pessoal que mantém a motivação das pessoas em longo prazo. Por isso, investir na criação constante de desafios para a equipe, processos estruturados de carreira, possibilidade de desenvolvimento, projetos que dêem visibilidade fazem com que as pessoas tenham vontade de trabalhar e de se manter na companhia.
A área de Recursos Humanos deve ponderar essas esferas, fazendo um bom trabalho no recrutamento e seleção dos melhores profissionais, identificando nas pessoas as competências adequadas para a empresa, mas não esquecendo que o maior trabalho deve ser feito na cultura organizacional, ou seja, adequando práticas de gestão de pessoas com o aspecto financeiro da companhia. Cabe ao RH destinar, de forma acertada, o orçamento que tem, visando a criação de lucro a longo prazo, com bons profissionais, boas práticas, inovações e, consequentemente, rentabilidade.
Cíntia Bortotto é consultora de RH e gerente de Desenvolvimento Organizacional da Bombril - www.cintiabortotto.com.br
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