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‘O Primo Basílio’ ganha versão no cinema
Ana Clara Werneck
Da TV Press
05/08/2007 | 07:09
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Muito antes de Nelson Rodrigues, Eça de Queiroz já abordava íntimas relações familiares em suas obras, como O Primo Basílio, ambientada em Portugal do século XIX. A adaptação em forma de minissérie da Globo comemora 19 anos na próxima quinta-feira, dia 9.

Um dia depois, estréia nos cinemas outra adaptação da obra, ambientada na São Paulo dos anos 50.

Para completar, ainda este ano haverá o lançamento em DVD da série televisiva, com depoimentos dos atores e da equipe de produção.

“A minissérie passou pelo crivo de ser exibido em Portugal e com aplauso da crítica”, lembra Daniel Filho, que dirigiu tanto a minissérie como o filme.

Na história, Luísa é uma jovem cujo namorado, seu primo Basílio, viaja para a França, onde passa um ano. Basílio termina o relacionamento e Luísa casa-se com Jorge, com quem tem uma relação quase paternal.

Quando o primo volta, ela não resiste e trai o marido. A virada da trama se dá quando Juliana, a amargurada empregada do casal, descobre o caso e passa a chantagear a patroa.

Na adaptação para o cinema feita por Euclydes Marinho, tanto o sotaque quanto os diálogos foram “abrasileirados”, mas nada que tenha modificado a essência da trama original. Outra característica percebida era o tratamento entre patrões e empregados, que era até desrespeitoso com os subalternos. “Não há um vilão. Para Juliana, a chantagem à Luísa é uma vingança aos maus-tratos que sofreu”, revela Débora Falabella, que vive Luísa no filme.

Fábio Assunção, par de Débora como Basílio, não é tão complacente com seu personagem. “Basílio não tem coragem de bancar uma relação, é medíocre nesse sentido”.

Aliás, é dele a última cena, na qual o (mau) caráter de Basílio fica evidenciado. Depois que Luísa morre de tristeza, o primo lamenta-se dizendo: “Tadinha, ela tinha potencial. Morreu. Antes ela do que eu”.



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