De olho nas vendas do Natal, que representam em média 30% do faturamento do ano, os fabricantes de brinquedos do Grande ABC esperam crescer de 10% a 20% em 2006 comparativamente ao ano passado. Para isso, as empresas apostam em um variado mix de produtos, que contempla não só os baixinhos de menor poder aquisitivo, mas também os aficionados por produtos high-tech, com boa dose de tecnologia embarcada.
Esse é o caso da Gulliver, fabricante de brinquedos com planta em São Caetano. Com um leque de produtos cujos preços variam entre R$ 1,99 e R$ 400, a empresa prevê aumentar em 10% o faturamento de R$ 40 milhões obtido no ano passado – estimativa válida também para o incremento das vendas natalinas.
Para alcançar esse objetivo, a empresa contabiliza investimentos de R$ 2,5 milhões ao longo deste ano, entre publicidade – na TV e nos pontos de venda – e renovação da produção, que alcança 60% da linha a cada ano.
Apesar do mix variado, o gerente de vendas da empresa, Paulo Benzatti, acredita que a maioria das vendas deve mesmo ficar na casa de R$ 50. Segundo o executivo, os preços dos artigos feitos na região devem ser iguais aos praticados em 2005. No caso dos importados, que compõem metade das vendas da empresa, houve queda de 6% a 7%, em função da variação do câmbio.
Benzatti conta que os brinquedos licenciados – que respondem por 70% das vendas da Gulliver – são os preferidos da criançada e também devem figurar entre os mais vendidos no Natal, a despeito do acréscimo médio de 10% ao preço do produto por conta da marca famosa. “Os personagens da TV e do cinema exercem grande influência sobre o consumo. Uma coisa é um boneco que canta e dança. Outra coisa é o Homem-Aranha que canta e dança”, exemplifica o executivo.
Otimismo – Assim como a Gulliver, a Lider – que possui unidade fabril em Mauá – também espera crescer acima da média do mercado este ano. De acordo com a coordenadora de Marketing, Produto e Criação da empresa, Ana Maria Liberado de Souza, a expectativa é encerrar 2006 com expansão de 20% a 25% no faturamento.
Parte desse crescimento deve-se, segundo Ana Maria, ao lançamento de 15 brinquedos neste ano. Para 2007, a previsão é de 20 novos produtos. A empresa aposta nos brinquedos de ação, como Pula Pula, Jump Ball e GoGo Ball. “São produtos que estimulam a atividade física. Infelizmente, hoje em dia a criançada quer saber apenas de ficar sentada em frente ao computador”, explica a coordenadora.
De acordo com Ana Maria, a linha de produtos da empresa tem preços entre R$ 1,99 e R$ 120. Mas ela ressalta que o tíquete médio no Natal deve ficar nas faixas intermediárias – prova disso é que, segundo números da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), 70% dos brinquedos à venda no país custam até R$ 30. A previsão é que as vendas relativas ao Natal representem 40% das receitas de 2006.
O carro-chefe da empresa é a linha de bolas de EVA (uma espécie de material sintético mais leve) impressas com personagens como Homem-Aranha, Rebeldes e X-Men. São produzidas na Apolo Indústria de Plásticos, fábrica situada na Zona Leste da Capital e recém-adquirida pela Lider, enquanto a unidade de Mauá responde pela produção de bolas de vinil e PVC, entre outros. A empresa processa 100 toneladas de termoplásticos por mês.
Do total de 200 artigos produzidos pela empresa da região, cerca de 60% carregam alguma marca licenciada.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.