Começou neste sábado o "Orgulho Mundial 2000", festival de uma semana de exaltaçao da vida dos homossexuais, com um concerto de gala e algumas manifestaçoes de protesto. Em muitas cidades, o festival nao causou grande impacto. Mas em Roma, centro do mundo católico que está celebrando o Ano Santo dos dois mil anos do nascimento de Cristo, o Vaticano expressou sua franca desaprovaçao, estabelecendo um tom de intolerância que deu ao festival um importante conteúdo político.

Políticos direitistas e neofascistas, além dos grupos católicos conservadores, se mostraram inflexíveis em seus pronunciamentos contra os homossexuais. O município retirou seu patrocínio e o primeiro ministro se pronunciou publicamente contra o festival. Porém nao chegou a cancelar o evento. Os organizadores disseram que essas críticas acabam tendo resultado favorável, criando uma onda de apoio e simpatia. Recentemente aumentaram as estimativas em torno do número de participantes de 200 mil para 300 mil. Várias personalidades italianas declararam abertamente sua homossexualidade, enquanto a televisao estatal planeja transmitir algumas atividades do festival, que inclui shows, desfile de modas, filmes, debates e um grande desfile em 8 de julho.

Mas os opositores também se prepararam. O grupo neofascista "Força Nova'` organizou marchas pelo centro de Roma 'contra a cultura homossexual e pela defesa da família tradicional'. Um grupo conservador católico, o Centro Cultural Lepanto, organizou uma procissao e qualificou o " Orgulho Mundial 2000" como uma "clara provocaçao contra o papa e a igreja católica'. O Vaticano, que considera a homossexualidade pecaminosa, disse através de seus porta-vozes que o festival ofenderia os peregrinos que vao a Roma para celebrar o Ano Santo.