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Estado constata fraude em seis postos de gasolina de Diadema
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
11/05/2005 | 11:42
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O governo do Estado armou terça-feira operação surpresa para verificar a qualidade da gasolina vendida em Diadema. Dos 21 postos de combustíveis vistoriados, seis comercializavam gasolina adulterada. Pela legislação, esses estabelecimentos terão as inscrições estaduais cassadas e serão obrigados a baixar as portas. No decorrer do processo, que tramitará na Secretaria de Estado da Fazenda, todos os estabelecimentos permanecerão em funcionamento.

Isso porque, durante o processo, os donos dos postos irregulares têm direito à ampla defesa. Na operação realizada terça-feira, as adulterações foram detectadas preliminarmente. Os testes foram feitos em laboratório móvel armado dentro da unidade da Secretaria da Fazenda, em São Bernardo. Ainda nesta quarta-feira, outra amostra do combustível adulterado segue para São Paulo, onde será analisado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). Só após resultado da análise serão abertos processos de cassação.

Por enquanto, o governo do Estado guarda em sigilo a lista com o nome dos postos flagrados vendendo gasolina adulterada terça-feira, em Diadema. O índice de adulteração na blitz – 28,5% dos postos vistoriados – pode ser considerado alto. O volume está dez pontos acima da média de todo o Estado. De acordo com o Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo), estima-se que 18% da gasolina vendida em São Paulo seja adulterada.

A composição da gasolina adulterada em Diadema não foi revelada até o início da noite de terça-feira. “Está fora das normas estabelecidas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo)”, resumiu o delegado José Marcos Szmyhiel, responsável pela regional de São Bernardo da Secretaria de Estado da Fazenda. Pela norma da ANP, a gasolina não pode ter em sua composição uma adição superior a 25% de álcool. Existe também uma tolerância no volume de solventes adicionados, como o benzeno.

“O problema é que hoje até gasolina cara é batizada. Como é que a gente, que é leigo no assunto, vai saber se o combustível é bom”, questiona Rosalvo Santos Pereira, 33 anos, comerciante de Diadema. Na última terça-feira, foi organizada outra ação em Diadema. Um posto volante armado na região central da cidade averiguou a qualidade do combustível retirado diretamente dos veículos. Muitos motoristas levaram sustos. Das 76 amostras, 27 estavam batizadas, o que representa percentual de reprovação de 36%.

“Esse índice nos deixou assustados. Depois disso, baixou uma ordem do Palácio dos Bandeirantes para que fiscalizássemos os postos de Diadema”, explica Szmyhiel, delegado da Fazenda. Terça-feira, 100 pessoas participaram da blitz do Estado. Policiais do Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado) fizeram a escolta armada. Agentes da Secretaria da Fazenda coletavam as amostras de combustível e auditavam a contabilidade dos postos.

Enquanto isso, uma equipe de agentes do Ipem (Instituto de Pesos e Medidas) trabalhava para verificar se o volume de gasolina marcado pelos equipamentos de medição correspondia ao que era cobrado do consumidor. Ou seja, se o cliente recebia efetivamente os litros pelos quais pagava. O balanço final deste tipo de operação também não foi divulgado até o início da noite de terça-feira, mas pelo menos duas bombas de um mesmo posto na avenida Antonio Piranga, na região central de Diadema, foram lacradas, conforme apurou o Diário.



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