O destino pregou uma peça no pedreiro Carlos Borges da Silva, 21 anos. Ele está preso, acusado de latrocínio no mesmo xadrez que ajudará a reformar há algumas semanas, na 7ª Delegacia de Polícia da capital baiana. Santos confessou ter matado há dez dias, junto com o comparsa Fábio Santos, 19 anos, o funcionário público federal Jorge Alarcon Manoel para conseguir dinheiro com o objetivo de comprar crack.

Antes de cometer o crime, Silva, já viciado na droga, trabalhou nas obras de reforma de várias delegacias de Salvador, entre as quais a 7ª , situada no Bairro do Rio Vermelho, na orla marítima. Como o pagamento atrasou, chamou o colega Santos para assaltar na orla e atacaram Jorge Alarcon quando ele estacionava o veículo em frente à Igreja Nossa Senhora da Luz, bairro da Pituba. Nervoso, Silva acabou dando um tiro na nuca da vítima, que morreu. A dupla fugiu no carro, abandonado logo depois, numa rua do mesmo bairro. Eles levaram apenas o toca-fitas e a chave, jogando fora o a pistola usada no assalto num matagal no bairro do Nordeste, onde Silva mora, vizinho ao Rio Vermelho.

Peritos do Departamento de Polícia Técnica ouviram testemunhas e conseguiram elaborar um retrato falado perfeito do suspeito, preso ontem, em sua casa. Silva denunciou o comparsa e os dois foram conduzidos até a 7ª e trancados numa das celas que o pedreiro se empenhou em reformar.