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Calçada vira depósito de recicláveis

Em Santo André, catador utiliza passeio público para empilhar material; vizinhança reclama

Por Caroline Garcia
Do Diário do Grande ABC
25/06/2012 | 07:00
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Epifânio Hernandes tem 81 anos e é catador de material reciclável desde 1970. Mora na Rua Purus, 222, no Parque João Ramalho, em Santo André, com mais dez integrantes da família. O problema é que ele não tem mais espaço dentro de casa para os materiais, e acumula o que recolhe na calçada, chegando a ocupar parte da rua.

São sacos empilhados de garrafas pet, papelão e vidro que impedem totalmente a passagem dos pedestres. Os vizinhos convivem com o problema há mais de 30 anos. "Está insuportável. São ratos, mosquito da dengue, baratas que entram na nossa casa. E não dá para conversar porque ele ameaça a gente", disse a doméstica Marta Bueno de Carvalho, 54 anos.

"Nós somos contra o lixo, não contra ele. Mas acho que se estivesse mesmo precisando de dinheiro venderia o material todos os dias, não deixaria acumulando desse jeito", contou a doméstica Dagmar Carvalho, 65.

A vizinhança procurou diversas vezes a Prefeitura e diz que fiscais notificaram o morador, mas nada acontece.

A filha de Epifânio, Neide Hernandes disse que recebeu a notificação, procurou a administração para renovar o protocolo e está aguardando resposta. "Ele sai todos os dias e cata tudo sozinho. Já conversei para parar de juntar todo esse material, tentei levá-lo ao psicólogo, mas ele é uma pessoa difícil, não tem diálogo."

Segundo o catador, o problema é com o transporte, que não vai buscar os materiais. "Tudo o que recolho é dinheiro que os outros jogam fora. Chamei o caminhão para recolher, mas ele não vem. O que posso fazer? Não devo nada para ninguém, minhas contas estão todas pagas e a casa é própria", argumentou.

A Prefeitura informou que homem e a família estão sendo acompanhados pelo Programa de Atenção à Pessoa Idosa em Situação de Violência, do Centro de Referência do Idoso de Santo André, mas que tem havido resistência aos encaminhamentos propostos. Disse ainda que o caso está sendo visto também pela Secretaria de Saúde e pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental).




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