Depois de seis meses da retirada da represa Billings, a Salvínia s.p., planta aquática considerada praga, voltou a se proliferar. Terça-feira, o braço Rio Grande da represa, em trecho próximo à Estação de Tratamento de água da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), em São Bernardo, estava tomado pela planta. Em junho do ano passado, a salvínia começou a se proliferar desordenadamente e só foi contida após mutirão organizado pela Sabesp. Em novembro, as equipes conseguiram limpar as águas.
Procurada pela reportagem, a Sabesp informou que a proliferação da salvínia é responsabilidade da Secretaria Estadual de Energia e Recursos Hídricos. A secretaria, porém, não se pronunciou sobre o assunto. Desde o surgimento da planta na represa – responsável pelo abastecimento de 1,2 milhão de pessoas na região – o Estado não apresentou parecer sobre os motivos que levaram ao surgimento da praga e quais serão as medidas de controle. No ano passado, a Sabesp se limitava a informar que a proliferação da planta não colocaria em risco a qualidade da água.
No entanto, estudo realizado pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) aponta que a proliferação da planta aquática depende do nível de concentração de esgoto na água. Para que se espalhe, basta ocorrer a combinação de dias quentes e excesso de nutrientes, em especial nitrogênio e fósforo, substâncias abundantes no esgoto. Em um cenário desses, a espécie é capaz de produzir mil quilos diários de biomassa por hectare.
O estudo da universidade explica ainda que a proliferação da Salvínia s.p. não é uma ameaça ao ecossistema aquático ou alerta para alterações no tratamento da água. Os riscos ao abastecimento existem caso as plantas morram e não sejam retiradas da represa. Por liberar nutrientes, podem servir de alimento às algas tóxicas, estas sim prejudiciais à qualidade da água. Por isso, os técnicos recomendam que a retirada seja constante e colocada em prática imediatamente quando é constatada a proliferação desordenada da planta.Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.