A saída do ex-prefeito de São Bernardo William Dib (2003 a 2008) do PSB para o PSDB desmontou a até então sólida bancada de oposição ao governo Luiz Marinho (PT) na Câmara. Ontem, mais um vereador socialista passou para a base de sustentação do petista.

Como um jogador de futebol, Vandir Mognon (PSB) foi apresentado como novo reforço da administração, ao lado de Pastor Ivanildo de Santana (PSB), que desde a semana passada joga para o time de Marinho. Agora, a gestão petista tem ampla maioria no Legislativo: 13 a 8. E outros reforços podem ingressar na equipe governista nas próximas semanas.

Respeitado mesmo depois de deixar o Paço, Dib comandava o bloco de vereadores oposicionistas, o qual trabalhou para eleger. Mas adotou oficialmente o ninho tucano em setembro do ano passado. Até então, os dez parlamentares de oposição travavam fortes batalhas políticas na Câmara. A partir de sua saída do PSB, o assédio do governo, que já ocorria nos peemedebistas - e ocorre até hoje -, passou a ser exercido também nos socialistas.

As conversas com Pastor Ivanildo, por exemplo, se intensificaram a partir de novembro. "Ficamos a mercê do PSDB. Somos cinco vereadores do PSB, uma bancada forte, mas que aos poucos foi enfraquecendo. Temos de fazer reviver o 40 (número da sigla) na cidade", avaliou o vereador.

Vandir Mognon, apesar de rechaçar sentimento de inferioridade, ou atuação acanhada na oposição, observou que, com a saída do ex-prefeito da legenda "o grupo ficou sem remo, à deriva". "Tentamos resolver em conversas, mas não houve possibilidade. Acredito que o melhor caminho hoje seja participar da administração. Vamos trabalhar juntos, entrar de cabeça nos projeto e respeitar (os vereadores do) outro lado", justificou.

A mudança de posição dos dois socialistas foi endossada pelo 1º secretário estadual do partido, Wilson Pedro, que revelou a estratégia de conversar com "um por um" por ser mais fácil assim o convencimento.

"Atuamos com calma, paciência. Estamos juntos com o PT em âmbito federal e há necessidade de caminharmos juntos aqui (em São Bernardo) também. Mas não haverá pressões. Está provado que o PSB sabe fazer, pode ajudar a governar, discutir projetos, dar ideias", avaliou o dirigente, que evitou falar qual dos três vereadores restantes da sigla está mais próximo de também aderir à gestão petista.

"Temos mantido diálogo permanente com os parlamentares. Demos a oportunidade de eles analisarem e tomarem a decisão. Nada impede de outros também nos ajudar. Estamos com a porta aberta", avisou o secretário de Governo, José Albino (PT). Por enquanto, Ary de Oliveira, Antônio Cabrera e Sérgio Demarchi continuam na oposição. Admir Ferro e Juarez Tudo Azul, do PSDB, também mantêm posição contrária ao governo.

Sobre as investidas em Tunico Vieira e Gilberto França, do PMDB, Albino aposta na aproximação dos partidos na chapa à presidência (com o PT na cabeça e PMDB na vice) para num futuro próximo também ter o partido na base aliada.