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Basf amplia em 57,5% recursos para descarte de embalagens
Niceia de Freitas
Do Diário do Grande ABC
22/10/2004 | 09:30
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A Basf, empresa do setor químico com sede em São Bernardo, aumentará em 57,5% os investimentos em seu programa de destinação final de embalagens de defensivos agrícolas. O volume previsto para este ano totaliza R$ 2,6 milhões, contra R$ 1,65 milhão do ano passado, em parceria com o inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias). A exemplo da Basf, outras empresas do setor químico e petroquímico da região também viabilizam processos para o descarte de embalagens de produtos que representam risco ambiental.

Os recursos da Basf serão aplicados na manutenção das unidades de recebimento de embalagens vazias, estruturação da operação de logística, incineração, desenvolvimento de novas tecnologias e ações educativas para revendedores e agricultores. Segundo Roberto Araújo, gerente de Segurança de Produtos da empresa, o aumento do montante visa a encontrar soluções para garantir a saúde do trabalhador do campo e o respeito ao meio ambiente, além de recolher e dar o destino adequado às embalagens.

Pelo sexto ano, a companhia desenvolve o Programa EPI da Basf, que superou a marca de 160 mil kits comercializados com vestimentas de proteção para aplicadores de defensivos agrícolas em todo o país.

Dentro do programa, a empresa tem estimulado a produção de big bags (embalagens de resgate) a preço de custo para seus canais de distribuição. Em 2003 foram comercializadas 65 mil unidades. O objetivo é facilitar a devolução de embalagens flexíveis vazias pelos agricultores oferecendo segurança durante as etapas de armazenamento e transporte.

"Somos referência internacional nessa área, pois, além da quantidade crescente de embalagens recolhidas, gastamos em média apenas US$ 0,84 para cada quilo recolhido, enquanto o custo nos EUA e França chega a US$ 3", afirmou Araújo.

Polibutenos - Em função da fiscalização e da legislação, as empresas dos setores químico e petroquímico têm adotado procedimentos para se adequar aos padrões de descarte de embalagens. Na Recap (Refinaria de Capuava), a maioria dos produtos químicos recebidos pela companhia são acondicionados em tambores plásticos. Segundo o técnico de Segurança da Recap, Antonio Clemente Bezerra, no ato da compra do produto é negociada a devolução da embalagem pelo fornecedor.

Depois de utilizar o produto, a embalagem vazia permanece armazenada em galpão especial até a retirada pelo fornecedor, em geral em um prazo de 30 dias. A Recap recebe mensalmente 16 big bags (neste caso, sacos plásticos de 500 litros), 14 tambores metálicos com material contaminado para tratamento de água e derivados de petróleo, e três tambores de hipoclorito de sódio.

Na Polibutenos, a matéria-prima produzida pela companhia não é classificada como tóxica pela ONU (Organização das Nações Unidas), mas a empresa recebe cloreto de alumínio, produto químico que é embalado em tambores plásticos de 200 litros. Depois de vazios, os tambores são empilhados numa área de 50 m². Outro produto químico, o cloro, que chega em caminhões, é usado no processo de neutralização e, depois, descartado.

Para o descarte de efluentes líquidos, as empresas também têm um programa especial. A Recap, que fornece água industrial para as empresas do Pólo, têm duas estações de tratamento que transformam os efluentes em líquidos possíveis de serem devolvidos ao esgoto. Segundo o consultor ambiental Pinheiro Pedro, a legislação sobre embalamento de químicos tóxicos e agrotóxicos tende a ser cada vez mais restritiva.




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