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Mauá: candidatos a vereadores disputam cada voto
Por Antonio Rogério Cazzali
Da Redaçao
02/10/2000 | 03:23
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Em Mauá, o crescimento das intençoes de voto para o candidato Leonel Damo (PSDB), apontado nas últimas pesquisas, fez com que seus correligionários e os de Oswaldo Dias disputassem o voto do eleitorado em um corpo-a-corpo acirrado. Do adesivo colado sobre a roupa, mesmo que fosse à revelia do eleitor, até a entrega de brindes como pentes, canetas e galinhas de plástico, tudo foi utilizado para tentar captar o voto do eleitor indeciso e tentar vencer a disputa já no primeiro turno.

No município de Mauá, as pessoas preferiram votar no período da manha, o que contribuiu para a formaçao de filas em várias escolas. O policiamento quase inexistente permitiu que a entrega de santinhos ocorresse nos portoes das escolas. Em alguns casos, como o da Escola Estadual Professora Ezilda Nascimento Franco, no Jardim Zaíra, por exemplo, onde votaram cerca de 12 mil pessoas, membros do PT foram flagrados fazendo campanha dentro do colégio.

Se nao bastasse o mundo de papéis espalhados pelo chao, as ruas vizinhas aos colégios ficaram abarrotadas de bandeirinhas, grandes faixas e carros com enormes cartazes de candidatos. Como explicou o soldado Toledo, do 30º Batalhao da Polícia Militar, o efetivo limitado nos locais de votaçao reduziu a açao da polícia que teve de negociar de maneira amistosa com os cabos eleitorais. "Eu estou sozinho aqui e sei que fazer boca de urna no dia de hoje nao é permitido, mas como é que vou conter esse mundo de gente?", reclamou o policial.

Um fato interessante observado em Mauá foi a justificativa regional. Muitas pessoas com títulos de eleitor vinculados a outras cidades do Grande ABC preferiram fazer a justificativa do voto em uma escola próxima, a ter de se deslocar até outro município da regiao.

Segundo o juiz eleitorial, Dirceu Brizola Geraldini, devido ao sol forte de ontem, foi adotada a estratégia da formaçao de filas, já no interior das escolas. "Nós tentamos atenuar a espera dos eleitores debaixo do sol forte, nas ruas, beneficiando, principalmente, pessoas idosas e eleitores com crianças de colo. Nos pátios, além da sombra, o pessoal pôde utilizar os bancos para descansar", disse o juiz.

As pessoas que fizeram boca de urna, das 8h às 17h, receberam de seus candidatos, pelo dia trabalhado, cerca de R$ 18, além de um lanche simples. Como acompanhamento, ganharam um refrigerante caçulinha, juntamente com um pacote de pipocas doce. No caso de Fernanda Acosta, que trabalhou gratuitamente em favor do candidato a vereador Chico do Judô, o prêmio à equipe de voluntários só virá após as eleiçoes e deverá ser um final de semana na baixada santista.

Os eleitores David Caires, que domingo votou pela primeira vez, e Ailton do Carmo depositam no novo prefeito a esperança de conseguir um emprego. "Eu vim votar, porque acredito que só assim é que as coisas mudam. Apesar de estar há sete anos desempregado, ainda tenho fé de obter um trabalho na cidade onde nasci e onde vivo há tantos anos", disse Carmo.

O casal Elza Lopes, de 59 anos, e Werner Erhardt Froede, de 65 anos, vieram de táxi, mesmo morando a duas quadras da Escola Estadual de 1º e 2º Graus Professor Luís Washington Vita, no Parque Sao Vicente. "Meu marido sofreu derrame recentemente e precisamos do serviço público de saúde que está precário. Quem sabe o novo prefeito olhe melhor para esse setor. Viemos com dificuldades, mas viemos fazer a nossa parte. Espero que o novo prefeito também faça a dele", arrematou Elza.




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