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RS acusa Ford de desviar recursos
Do Diário do Grande ABC
01/05/1999 | 16:55
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O governador Olívio Dutra vai cobrar explicaçoes da Ford sobre o uso de parte do empréstimo de R$ 42 milhoes concedidos pelo estado para a montadora, que na prestaçao de contas incluiu gastos com a ``compra de ternos, gravatas, cintos, CD ROM, revistas, festa de fim de ano de funcionários, despesas nas casas dos executivos e mensalidades de clubes'. A prestaçao de contas foi recusada pela Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais.

``Na minha opiniao, sao despesas que ofendem a ética e nao se justificam. Esse tipo de despesa nao pode ser incluída porque se tratam de recursos públicos, que nao podem ser gastos e tratados da mesma forma das despesas entre empresas privadas. Gastos como a compra de ternos, gravatas e cintos na Loja Garbo (SP) por R$ 1.133,14 sao anti-éticos', afirmou Alessandro Teixeira, diretor do sistema estadual de atraçao e desenvolvimento de atividades produtivas do governo gaúcho.

O governador Olívio Dutra vai analisar detalhadamente toda a prestaçao de contas que a Ford apresentou no fim de março. A parcela de R$ 42 milhoes - entregue pelo governo de Antônio Britto (PMDB) - é a primeira de um empréstimo global de mais de R$ 200 milhoes que Britto havia prometido dar para a montadora. Todo o processo foi suspenso pelo governador Olívio Dutra, o que levou a Ford a anunciar o fim da permanência no estado.

O primeiro levantamento da Secretaria de Desenvolvimento apurou que a Ford gastou R$ 116 mil em despesas nas casas dos executivos. Com mensalidades de clubes, foram gastos R$ 14.866,36 para o executivo norte-americano Michael Isaacs. Este é um dos exemplos de ``despesa nao-ética' citado por Teixeira. Outros exemplos sao o pagamento de aluguel para outros dois executivos, também norte-americanos: Barry Silverson (R$ 4.520,00) e Doug Mason (R$ 5.030,00).

Só na festa de fim de ano dos funcionários, a Ford gastou R$ 28 mil. Os contadores da Secretaria identificaram que apenas R$ 9.818 milhoes da parcela foram investidos no Projeto Amazonas. Dos quais R$ 5.366 milhoes aplicados na terraplenagem do terreno em Guaíba, pagos à empresa paulista Terramoto.




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