O setor de lavanderias no Grande ABC terá um 2006 promissor. Uma nova legislação, em vigor desde o mês passado, obriga empresas que utilizam produtos nocivos à saúde a lavarem os uniformes do trabalhador. Com isso, o segmento de lavanderias industriais já começa a sentir aumento da demanda, planeja novos investimentos e projeta crescimento acima da média estadual.
De acordo com o Sindilav (Sindicato das Lavanderias e Similares do Estado de São Paulo), as lavanderias da região levarão vantagem em relação às do restante do Estado. "Projetamos crescimento de 5% no Estado e de 10% no ABC. Isso porque existe grande concentração de indústrias na região", afirma o presidente da entidade, José Carlos Larocca.
A lei 12.254/2006, em vigor desde 9 de fevereiro passado, ainda é desconhecida pela maioria do empresariado, de acordo com o Sindilav. Trata-se de uma legislação que responsabiliza empresas que atuam com resíduos prejudiciais à saúde, desde graxa até metais pesados, pela higienização dos uniformes dos empregados, em lavanderia própria ou terceirizada. Quem não cumprir o estabelecido, pode ter de pagar multa.
De acordo com o diretor-executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Paulo da Silva Nogueira, os sindicatos irão fiscalizar se as empresas estão cumprindo a lei. "Em nossa base, são poucas as empresas que já oferecem o serviço. Acredito que, quando todas tomarem conhecimento do assunto e se prepararem para oferecer o benefício, a legislação será obedecida."
Para Larocca, do Sindilav, a nova lei será benéfica para as empresas, para os trabalhadores e para o meio ambiente. "O empregado não vai mais ter de levar o uniforme para casa e, com isso, as chances de contaminar as roupas de uso doméstico são menores. O empresário, unificando a forma de lavagem, ganhará em tempo de vida do uniforme, já que, muitas vezes, o funcionário danifica o tecido. Além disso, o meio ambiente é protegido, porque as lavanderias especializadas fazem correta destinação da água que foi contaminada pelos resíduos."
Na Atmosfera Gestão e Higienização de Têxteis, com unidade em Diadema e considerada a maior lavanderia do Grande ABC – emprega 420 das 700 pessoas que trabalham no setor na região –, a lei já repercutiu positivamente. "Estamos sendo contactados por empresas que querem terceirizar a lavagem de uniformes ou alugá-los", conta o presidente da empresa, Paulo Barreto.
Com atuação exclusiva no setor hospitalar em Diadema, a empresa já pensa em abrir nova unidade na região. "Com a chegada da nova lei, decidimos investir R$ 4 milhões no segmento industrial. Se a demanda crescer no Grande ABC, certamente abriremos nova unidade voltada para uniformes", afirma Barreto. Ele avalia que a verba disponível para ampliações em 2006 pode gerar 380 novos postos de trabalho. "Pretendíamos crescer 18% em 2006. Após a lei entrar em vigor, refizemos a projeção e elevamos para 30%."
Na Lavanderia Industrial São Bernardo, em São Bernardo, as expectativas também são positivas. A empresa tem 50% da atuação voltada para o segmento industrial e espera para 2006 crescimento mais expressivo do que no ano passado, considerado positivo para o setor. "Muitas empresas ainda não oferecem o serviço aos funcionários. Isso deve mudar com a nova lei", afirma o diretor da empresa, Roberto Langue.
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