O ex-assessor do líder do PP na Câmara, José Janene (PR), admitiu nesta terça-feira, em depoimento na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Mensalão, que fez saques de R$ 700 mil das contas de Marcos Valério. Dados coletados pelos parlamentares mostram que João Cláudio Genu sacou, na verdade, R$ 4,1 milhões.

Ao negar os valores informados por Valério, Genu confirma depoimento prestado na semana passada pelo presidente do PP, deputado Pedro Corrêa (PE), de que só autorizou saques de R$ 700 mil.

Questionado pelo relator da CPMI, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), Genu disse que recebeu a ordem para sacar o dinheiro no Banco Rural de um funcionário da direção do PP chamado Barbosa, que já morreu. Como não o conhecia, Genu disse que pediu confirmação aos deputados José Janene (PP-PR) e Pedro Corrêa, que autorizaram os saques.

Segundo o ex-assessor do PP, houve dois saques de R$ 300 mil feitos na agência do Banco Rural de Brasília e outros R$ 100 mil pegos diretamente com a diretora-financeira da SMPB, Simone Vasconcelos, em um hotel de Brasília.

Vice- Antes do depoimento, os parlamentares aprovaram o nome do deputado Paulo Baltazar (PSB-RJ) para a vice-presidência. Ele substitui o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que renunciou ao cargo depois de ter sido acusado de quebra de decoro parlamentar.

Pimenta apresentou uma lista de supostos sacadores das contas de Marcos Valério no Banco Rural e admitiu ter pego carona com o empresário após o depoimento dele na CPMI do Mensalão

A CPI aprovou ainda dois requerimentos: um que convoca para depor Sergio Spinelli Silva Júnior, procurador legal do Citigroup, e outro que pede aos fundos de pensão Petros, da Petrobras, Funcef, da Caixa Econômica Federal, e Previ, do Banco do Brasil, o balanço anual, a relação de rendimentos e o estatuto.