O pênalti não marcado em Tinga aos 28 minutos do segundo tempo pode ter sido o estopim para o fim da carreira de Márcio Rezende de Freitas como árbitro de futebol. Na saída dos vestiários do Pacaembu neste domingo à tarde após o empate em 1 a 1 entre Corinthians e Internacional, ele admitiu a possibilidade de antecipar sua aposentadoria por causa da partida deste domingo, principalmente devido ao lance envolvendo o atacante gaúcho e o goleiro Fábio Costa e que acabou com a expulsão do camisa sete do Internacional.

"Vou conversar com minha família e decidir se continuo ou não apitando. Tenho um compromisso no próximo final de semana em Santa Catarina, mas ainda vou ver", disse. "Saio frustrado, pois não queria encerrar minha carreira com um erro".

Freitas negou que tenha tido má fé no lance e pediu desculpas. "Não sou ladrão. Sou um cidadão, pai de família. Sou homem. Não é porque errei que vou sair pelas portas do fundo. Mas peço desculpas", afirmou. "Não sou dono da verdade e como vocês (jornalistas) estão falando que foi pênalti, admito que errei", disse o árbitro, que em 1995, no mesmo Pacaembu errou em dois lances e tirou o título de campeão brasileiro do Santos em favor do Botafogo.

O árbitro também fez questão de explicar o motivo que o levou a não marcar o pênalti em Tinga e ainda expulsá-lo. "Para mim, ele (Tinga) não iria alcançar a bola e se jogou. Como já tinha o cartão amarelo, levou o vermelho", disse. "Na hora, os jogadores só me pediram para que não desse o cartão, ninguém reclamou do pênalti".

Os atletas do Corinthians preferiram falar pouco sobre o lance. Betão, por exemplo, foi um dos poucos que atendeu a imprensa após o jogo, já que a maioria dos jogadores saiu dos vestiários correndo para ônibus e disse, que não viu o lance, apesar de o atacante colorado Rafael Sóbis ter afirmado que ouviu do zagueiro que Tinga havia sido derrubado por Fábio Costa. O técnico alvinegro Antônio Lopes foi outro que garantiu não ter visto o pênalti.

O vice-presidente de Futebol do Corinthians, Andrés Sanchez, preferiu minimizar o pênalti não marcado a favor do Internacional e negou que o Timão esteja sendo favorecido pela arbitragem neste Campeonato Brasileiro. "Foi um jogo disputado de igual para igual e este tipo de coisa (lances polêmicos) faz parte do futebol", afirmou. "O Corinthians não foi ajudado. Foi apenas um erro da arbitragem. Em outras partidas isso já aconteceu contra o Corinthians também".

Tranqüilidade – O Corinthians volta a campo no próximo domingo contra a Ponte Preta, no estádio do Morumbi. Enquanto o elenco comemora uma semana inteira de treinos sem jogos, os torcedores prometem esgotar os 72 mil ingressos, que começam a ser vendidos nesta segunda, já que para a partida que pode garantir o tetracampeonato Brasileiro para o clube, caso o Internacional empate com o Palmeiras na próxima rodada.