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Bando mantém família refém para roubar cofre
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
15/08/2005 | 07:21
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Uma funcionária da CooperVolks de Santo André foi obrigada "limpar" o cofre-forte do supermercado na manhã deste domingo, enquanto o marido e a filha eram mantidos reféns na casa onde moram, localizada em um bairro de classe média. A quantia entregue ao bando que comandou a ação não foi revelada pela empresa. A polícia ainda não tem pistas da autoria do crime, e as investigações serão realizadas pela equipe da Delegacia Anti-Seqüestro.

Por volta das 7h30, Márcia (nome fictício), funcionária da tesouraria do supermercado, foi abordada por um homem armado na garagem quando se preparava para ir ao trabalho. Ele a ordenou que entrasse novamente em casa. O marido, um motorista de 45 anos, a sogra e uma prima estavam na sala no momento da invasão. Outros dois criminosos apareceram e ordenaram que a família permanecesse no quarto.

"Estava colocando minha filha de 2 anos na cadeirinha do carro quando fui rendida. Ele foi logo dizendo que conhecia toda a minha rotina e que queria, na verdade, o dinheiro do cofre do supermercado. Pensei que fosse um assalto comum", conta Márcia.

Enquanto a família era mantida sob vigilância da dupla, outro comparsa passou a orientar a vítima. Ela teria de ir sozinha até a CooperVolks e pegar todo dinheiro do cofre. As coordenadas eram dadas pelo celular. Se o roubo fracassasse, a família seria morta. "Eles falavam que iriam estourar a cabeça da minha filha. Nem sei como consegui chegar até o supermercado dirigindo meu próprio carro."

A funcionária afirma que o cofre é esvaziado todos os dias por volta das 8h. Márcia entrou discretamente na empresa, retirou todo o dinheiro, colocando o volume de notas na bolsa e o restante num saco de lixo preto. Voltou ao estacionamento, entrou no carro e seguiu até a rua Uruguaiana, conforme as ordens que recebia pelo celular. O quarto criminoso entrou no veículo, pediu que ela "rodasse" até que a ordenou que o deixasse na rua Natal. "Ele pegou o dinheiro e fugiu. Os outros também deixaram minha casa, sem levar nada nem machucar ninguém."

O delegado Alcides Leonardo Vianna, do 4º DP de Santo André, diz que o bando estudou a rotina da vítima antes da ação. "Eles fizeram uma análise completa. Sabiam a hora em que ela saía de casa, a que horas o cofre-forte era aberto. Profissionais que lidam diretamente com dinheiro, como gerentes de banco, por exemplo, são alvos desse tipo de crime."

Segundo o delegado, a polícia colheu impressões digitais na casa de Márcia para tentar localizar os integrantes da quadrilha. A vítima diz que está apavorada e não sabe como conseguirá trabalhar depois do ocorrido. "Não sei se tenho coragem de sair de casa", desabafa.




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