Claúdio Conz Titulo
Novo ciclo de desenvolvimento

No dia 17, estive presente a mais uma reunião do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social)

Cláudio Conz
24/06/2010 | 00:00
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No dia 17, estive presente a mais uma reunião do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), órgão ligado à presidência da República e do qual sou integrante. Este grupo foi criado pela Lei 10.683, de 2003, e estabelece que "ao CDES compete assessorar o presidente da República na formulação de políticas e diretrizes específicas, e apreciar propostas de políticas públicas, de reformas estruturais e de desenvolvimento econômico e social que lhe sejam submetidas pelo presidente da República, com vistas na articulação das relações de governo com representantes da sociedade".

Essa reunião foi muito especial, pois entregamos ao presidente Lula o texto produzido pelos integrantes do conselho com o nome ‘Agenda para o novo Ciclo de Desenvolvimento Brasileiro', que tem como principal foco o crescimento com a redução das desigualdades.

O nosso País está partindo de novo patamar. Para nós do conselho, o Brasil está se aproximando da ideia que foi proposta na AND (Agenda Nacional de Desenvolvimento) elaborada em 2005, em que o CDES assegurou que a desigualdade é empecilho estrutural para o desenvolvimento, pois restringe o crescimento, além de transformá-lo em instrumento de concentração de renda.

Estima-se que nos últimos anos a nova classe média, a chamada classe C, passou a representar mais da metade da população brasileira (53,2%), dinamizando o mercado de consumo de massa, de acordo com pesquisa recente da FGV. A redução das desigualdades no Brasil teve queda nunca antes observada. A meta do milênio é cair à metade da desigualdade no mundo em 15 anos, o que o País fez em apenas cinco anos. Em 2003, havia 50 milhões de miseráveis no Brasil. Hoje são cerca de 20 milhões que saíram da miséria - queda de 40%. Incorporamos 32 milhões de pessoas à classe média, o que equivale a meia França, em cinco anos. Se for mantido o mesmo ritmo, o Brasil vai poder reduzir a pobreza em mais de 14 milhões de pessoas e incorporar mais 36 milhões às camadas de renda A, B e C até 2016, quando o índice de Ginido Brasil poderá atingir 0,488, próximos ao dos países desenvolvidos, contra os atuais 0,515. Nesse novo cenário, teve destaque o papel do crescimento do crédito ao consumidor, em especial do financiamento ao consumo de bens duráveis e à construção civil.

De acordo com o documento, a igualdade social, regional, entre gêneros, raças e etnias - deve ser a base orientadora das políticas públicas para enfrentar o desafio de promover a igualdade social. E a principal orientação dada pelo conselho é que se persiga um incansável esforço na área da educação, da inovação tecnológica e da melhoria da gestão publica. A educação é vista como o elemento transformador de longo prazo e de manutenção dessa transformação.

Entre outras medidas também essenciais apontadas pelo grupo estão favorecer o incremento da renda dos mais pobres, fortalecer o mercado de trabalho e incrementar o mercado interno gerando dinâmica de elevação da taxa de crescimento, com consistência macroeconômica, além de recuperar a capacidade de investimento público e privado, que é motor fundamental para o desenvolvimento. Outro ponto fundamental do documento versa sobre a consolidação e a ampliação das políticas sociais e também a promoção do crescimento com sustentabilidade ambiental.

As cartas estão jogadas e as diretrizes estabelecidas. Num Brasil promissor, em que alguns economistas até falam em bolha de crescimento, está claro que o desafio é distribuir a renda e crescer com responsabilidade social. Fico extremamente satisfeito em poder participar de momento tão especial da nossa história. Tenho certeza de que o setor da construção civil tem contribuído de forma decisiva para esses resultados. E ainda vamos ajudar muito mais.

Cláudio Conz é presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), integrante do conselho curador do FGTS e do GAC (Grupo de Avanço da Competitividade), além de conselheiro do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) do governo federal. E-mail presidência@anamaco.com.br




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