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Hospital Mario Covas ganha projeto Mãe Canguru em Sto.André
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
13/10/2003 | 21:14
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O Departamento Materno-Infantil do Hospital Estadual Mario Covas, em Santo André, completa hoje um ano de funcionamento com 1.346 partos, que totalizam a média de 122 mensais, inclusive os de alto risco, registrados até o dia 30 de setembro. Na próxima segunda-feira será inaugurada a sala de conveniência para acolher mães e bebês do projeto Mãe Canguru, método voltado ao recém-nascido prematuro ou de baixo peso. No novo espaço, a mãe desenvolverá atividades manuais e assistirá vídeos educativos sobre a importância do aleitamento.

A sala de conveniência faz parte de uma das três etapas para o hospital público se adequar ao serviço de atendimento humanizado ao recém-nascido de baixo peso, mais conhecido como Mãe Canguru, e, conseqüentemente, obter o credenciamento do método junto ao Ministério da Saúde. Na região, apenas o HMU (Hospital Municipal Universitário), em São Bernardo, gerido pela Faculdade de Medicina ABC, tornou-se referência com o mesmo projeto.

“Estamos nos adequando às normas do método para aperfeiçoar o atendimento no hospital”, disse a chefe de clínica da unidade neonatal, Sandra Frota Avilla Gianelo, uma das principais defensoras do Mãe Canguru. Pelo método, os bebês recém-nascidos ficam só de fralda em contato pele a pele com a mãe, sem blusa, a fim de manter a temperatura do corpo. O método garante o desenvolvimento da criança mais eficazmente do que a encubadora. “O ideal é o bebê permanecer 24 horas com a mãe, inclusive dormindo no peito dela e amarrado no suporte chamado canguru”, explicou Sandra, que também é pediatra e neonatologista.

O contato pele a pele só é permitido para os bebês em fase estável, que já passaram pela UTI (Unidade de Terapia) neonatal. O contato evolui de forma gradual, até a colocação da criança em posição canguru (posição vertical contra o peito). Entre as vantagens, segundo a médica, a criança terá desenvolvimento motor e neurológico melhor, aumentarão os índices de aleitamento materno e diminuirá a mortalidade e as situações de rejeição.

O Mãe Canguru é uma forma de aproximar a mãe do recém-nascido. “Permitimos a presença dos pais na UTI neonatal. Desde o início, incentivamos que a mãe mexa com o bebê, inclusive troque a sua fralda. Ela tem de sentir que o bebê é dela, mesmo estando temporariamente em uma UTI”, afirmou Sandra. Depois de passar pela UTI e pela sala de conveniência, mãe e filho de baixo peso serão encaminhados para o ambulatório, onde serão acompanhados diariamente por equipe multidisciplinar. O bebê só terá alta quando atingir 2,5 kg.

Quanto aos bebês nascidos de nove meses, partos normal ou cesariana, após mamarem na sala de cirurgia, eles são encaminhados direto com a mãe para o alojamento conjunto, onde permanecem por 48 horas (dois dias) até a alta.

O local ainda dispõe de um banco de leite, inaugurado em fevereiro,que funciona das 7h às 20h. “Hoje suprimos 90% das necessidades dos bebês internos”, afirmou Sandra.




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