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Privatização da Cteesp pode ter prejuízos, avalia Eletrobrás
Da Agência Brasil
09/07/2006 | 15:10
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A direção da Eletrobrás  considera que a privatização da Cteesp (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), realizada no dia 28 de junho, pode ter trazido prejuízos aos acionistas, entre os quais se inclui a própria estatal.

Esse risco foi apontado pelo presidente da Eletrobrás, Aloísio Marcos Vasconcelos Novais, em carta endereçada ao secretário estadual de Energia de São Paulo, Mauro Guilherme Jardim Arce, dias antes do leilão de privatização. A carta é datada de 12 de junho.

No documento, o presidente da Eletrobrás chama a atenção para o "Mecanismo de Ajuste do Preço Final de Leilão”, previsto no edital da operação, que reduzia o preço da companhia. Essa seria uma estratégia para viabilizar a venda da empresa diante da discussão na Justiça sobre a quem caberia a responsabilidade pelo pagamento de aposentadorias e pensões a ex-empregados da Cteesp e inativos da Cesp (Companhia Energética de São Paulo). Os pagamentos até agora vêm sendo honrados pela Cteesp, segundo relata a carta.

O edital previa que, uma vez desonerada a Cteesp, por sentença judicial, o comprador complementaria o preço pago inicialmente ao Estado, durante o leilão. “Ocorre que tal 'mecanismo', que atende aos objetivos de pronta venda do controle da empresa, traçados pelo acionista controlador da Cteesp, afeta os interesses dos acionistas minoritários, dentre os quais esta empresa [a Eletrobrás], que detém parcela significativa das ações do capital da Cteesp, dentre ordinárias e preferenciais”, afirma o presidente da estatal. Em conseqüência, os investimentos efetuados na Cteesp serão aviltados, analisa Aloísio Vasconcelos.

Na avaliação da Eletrobrás, é “improvável que seja revertida a situação em favor da Cteesp”. A empresa trabalha com a possibilidade de os acionistas minoritários sofrerem prejuízos com a operação. O documento solicita ao secretário Mauro Arce esclarecimentos sobre o assunto, em especial no que se refere aos interesses dos minoritários.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Eletrobrás informou que Aloísio Vasconcelos não vai comentar o assunto até que seja concluída a análise da carta-resposta encaminhada à estatal pelo secretário de Energia de São Paulo. O conteúdo da carta não foi informado.

O vencedor do leilão foi a empresa de energia Interconexión Eléctrica S/A Esp, da Colômbia, que ofertou pelo controle acionário R$ 1,193 bilhão, o que representou ágio de 57,89% sobre o preço mínimo de R$ 755,6 milhões. No primeiro trimestre deste ano, a Cteesp registrou um lucro de R$ 82,8 milhões. A companhia resulta de divisão da Cesp e começou a operar em 1999.



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