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Expansão da Jacu-Pêssego pára e compromete Rodoanel
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
15/03/2005 | 13:41
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As obras de expansão da avenida Jacu–Pêssego – que ligará Mauá a Guarulhos – estão paralisadas no bairro Ermelino Matarazzo, no trecho sob responsabilidade do município de São Paulo. A descontinuidade da extensão da Jacu-Pêssego coloca em xeque a eficiência do futuro trecho Sul do Rodoanel, que ligará a Régis Bittencourt, na ponta Oeste do Rodoanel Mário Covas a Mauá. Sem a avenida, o Rodoanel perderá conexão com as rodovias Ayrton Senna e Presidente Dutra e com o Aeroporto Internacional de Cumbica. Mauá e as cidades vizinhas teriam o tráfego ainda mais sobrecarregado. O prefeito de São Bernardo e presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, William Dib (PSB), disse segunda-feira à noite que vai procurar os prefeitos de São Paulo, José Serra (PSDB), de Guarulhos, Elói Pietá (PT) e o interino de Mauá, Diniz Lopes (PL), para discutir o assunto.

A interrupção da construção da Jacu-Pêssego transforma-se em mais um round na briga entre PSDB e PT. A Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), autarquia do município de São Paulo, reconhece que as obras estão paralisadas, mas culpa a gestão Marta Suplicy (PT). Em nota, a Emurb informa que a administração José Serra não paralisou a obra do complexo viário Jacu-Pêssego e afirma que a descontinuidade começou no final da gestão passada por falta de recursos. Alega que a administração anterior, para apenas um trecho de dois quilômetros da avenida, deixou dívidas de R$ 26 milhões, que estão sob análise. Além disso, a empreiteira responsável pela avenida determinou férias coletivas aos trabalhadores, desmobilizando quase totalmente o canteiro de obras. Também afirma que o governo federal ainda não repassou recursos da ordem de R$ 45 milhões, insuficientes para a finalização das obras, cujo valor de contrato é de R$ 148 milhões apenas para o trecho de dois quilômetros já iniciado. Em entrevista à rádio CBN, a ex-prefeita Marta Suplicy rebateu segunda-feira as críticas da atual administração e garantiu que não houve interrupção dos repasses.

Na mesma nota em que culpa a administração anterior pela paralisação das obras, a Emurb informa que “a imprescindível ligação São Paulo-Guarulhos-Mauá, estimada em aproximadamente R$ 1 bilhão, depende das tratativas já iniciadas pela Prefeitura com o governo estadual.” A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual dos Transportes não soube informar a existência de negociações entre o Estado e a Prefeitura de São Paulo sobre as obras na Jacu-Pêssego. A Emurb também revela expectativa de que municípios vizinhos atuem junto ao Governo Federal para viabilização dos recursos complementares”.

Em dezembro do ano passado, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra foram à Brasília para garantir junto à bancada paulista na Câmara de deputados recursos de R$ 100 milhões para a expansão da Jacu-Pêssego. Notícia dessa visita foi veiculado no boletim DiárioTucano, informativo das lideranças do PSDB na Câmara e no Senado.

Mas enquanto o governo tucano de São Paulo suspende o projeto da Jacu-Pêssego por falta de verba, a prefeitura petista de Guarulhos faz sua parte no projeto. O secretário de Obras e Serviços Urbanos de Guarulhos, Artur Cunha, afirma que o município acaba de contratar empresa para a preparação de projeto executivo da obra que vai ligar a rodovia Ayrton Senna com a avenida Paulo I, em Guarulhos.

A ligação viária entre a Ayrton Senna, a Dutra e o aeroporto de Guarulhos representa um dos extremos da Jacu-Pêssego. Terá oito quilômetros de extensão e vai custar cerca de R$ 150 milhões. Cunha afirma que negocia com o governo federal a liberação da verba dentro do prazo de execução, previsto em três anos. “A gente acha que o governo federal disponibiliza o dinheiro suficiente para o término da obra em Guarulhos”, afirma.

A parte da Jacu-Pêssego que está parada é referente à construção de viadutos sobre o rio Tietê e sobre a rodovia Ayrton Senna. O complexo viário é a parte que falta para ligar os municípios de São Paulo e Guarulhos. O serviço será executado pela prefeitura paulistana, com recursos do governo federal. A obra está orçada em aproximadamente R$ 45 milhões. A maior parte da Jacu-Pêssego, que corta a Zona Leste de São Paulo, está pronta.

Artur Cunha alega que o município de Guarulhos também estuda a cessão de áreas à Prefeitura de São Paulo para instalação da infra-estrutura da avenida Jacu-Pêssego. Ele afirma que existe expectativa de que o governo estadual ceda áreas às margens do rio Tietê para viabilizar a obra. Para Cunha, a obra anda em ritmo adequado e as conversas com o governo federal apontam para a continuidade. O secretário de Guarulhos acredita que apesar da paralisação, a Emurb está interessada em dar continuidade ao processo.



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