"O programa do carro a álcool sempre funcionou na base do preço, seja no valor do veículo, do combustível ou impostos" destacou o presidente da Anfavea. "Quando os incentivos começam a diminuir há uma preocupaçao", completou. O executivo lembrou que o aumento da demanda surgiu à medida em que o preço baixou. Fiat e Volkswagen sao as únicas montadoras que oferecem atualmente veículos a álcool. A General Motors vai lançar o Corsa Wind a álcool este mês e a Ford vai entrar neste mercado entre janeiro e fevereiro, com a perua Escort.
De janeiro a setembro a Volkswagen produziu 4.117 veículos movidos com o derivado da cana-de-açúcar, quase seis vezes mais do que o volume que alcançou durante todo o ano passado. A Fiat também tem registrado aceleraçao na demanda. A montadora recebeu 412 pedidos em setembro, 1.417 em outubro e já se programou para atender a 2.300 solicitaçoes em novembro. O estado de Sao Paulo absorve 70% da produçao destes veículos.
Incentivo - O gerente de marketing da Fiat, Carlos Eugênio Dutra atribui tanto o aumento da demanda como a concentraçao das vendas em Sao Paulo à lei do governador Mário Covas, que isenta de IPVA neste ano e no próximo todos veículos novos com esse combustível e dá mil litros de combustível de graça, num acordo com os produtores.
Diferença - Para a indústria, é difícil saber qual será a reaçao do consumidor com o aumento de 20% no preço do combustível. Segundo o presidente da Comissao de Energia e Meio Ambiente da Anfavea, Henry Joseph Júnior, em termos de economia, as vantagens entre o carro a álcool e a gasolina ficarao empatados se a diferença de preços ficar entre 20% e 25%. Ou seja, por esse raciocínio, o litro do álcool pode chegar a R$ 0,90. Atualmente está em torno de R$ 0,80.
Segundo ele, a indústria já esperava por um aumento de preços porque "os valores estavam muito represados". A Anfavea também aceitou o aumento da de álcool na gasolina de 24% para 26%. Joseph Jr argumenta que os veículos podem circular com essa mistura temporariamente sem problemas mecânicos.
Postos - Para o presidente da Cooperativa dos Proprietários de Postos de Combustível do Estado de Sao Paulo, Rodolfo Cetertick, o setor entende a alta dos preços em razao do repasse da reduçao de subsídio e do período de entressafra. "Os postos nao podem fazer nada, mas somos sempre vistos como viloes", destacou. "Mas o consumidor certamente vai sentir o impacto".
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