Convicto de que fez um governo melhor do que Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, declarou nesta quarta-feira em entrevista à Rádio Gaúcha, no Palácio da Alvorada (Brasília), que não quer ser mais comparado com o seu antecessor. “Eu não quero mais ficar comparando com o Fernando Henrique Cardoso, porque nos nossos quatro anos, nós já batemos muito neles. Agora, eu quero comparar comigo mesmo.”

Além de ‘bater de leve’ na importante figura tucana, Lula aproveitou para falar sobre o impasse nas negociações em torno do gás explorado pela Petrobras na Bolívia. De acordo com o presidente, é necessário adotar uma postura calma diante do fato, já que, na visão dele, os bolivianos tem apenas o gás natural como principal fonte de riqueza e que o país é muito pobre.

O ‘presidente/candidato’ também rebateu as críticas da oposição, principalmente do seu rival nas urnas, Geraldo Alckmin (PSDB), que o acusam de abrir mão dos interesses nacionais por uma questão ideológica e de apoio ao presidente boliviano Evo Morales. Primeiramente, Lula disse que não se trata de um problema diplomático, mas apenas uma divergência de idéias. Depois, ele disse que se o Brasil enfrentasse o mesmo problema diante de uma potência, como os Estados Unidos, os ataques não seriam os mesmos.

Sul e Eleições – O presidente aproveitou a oportunidade de ser entrevistado pela Rádio Gaúcha para falar diretamente com a região Sul, em especial o Estado do Rio Grande do Sul – uma das federações onde ele foi derrotado pro Alckmin no primeiro turno das eleições. E sobre esse seu desempenho nas urnas, Lula admitiu que um dos fatores que podem ter ligação com isso é a queda do PDT entre os gaúchos, partido que sempre angariou votos para o PT a partir do apoio de Leonel Brizola, sua principal figura histórica.

O candidato petista prometeu, se eleito, concluir obras e cumprir promessas feitas por ele no primeiro turno, como a conclusão da duplicação da BR-101. Ele também destacou alguns de seus feitos no Rio Grande do Sul no setor da agricultura, como os investimentos nas pequenas propriedades familiares, e no da exportação dos produtos brasileiros.