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Corinthians: a síntese de um novo Brasil

Acredito, porém, sem muita certeza, que tenha sido...

Por Carlos Ferrari
12/12/2012 | 00:00
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Acredito, porém, sem muita certeza, que tenha sido o atual vereador pelo PSD e ex-dirigente do São Paulo Dr. Marco Aurélio Cunha o criador da piadinha que dizia que corintiano tem bilhete de metrô, mas são-paulino tem passaporte. Pessoalmente, sempre gostei da ‘tiração de onda' entre torcidas; brincadeiras sem violência apimentam e dão graça ao - cada vez mais profissionalizado - futebol.

Mas agora vamos conversar sério. Seja corintiano ou torcedor de qualquer outro time, tenho certeza que, em algum momento nesses quatro últimos anos, você deve ter se impressionado, aplaudido discretamente ou mesmo feito um comentário de elogio para algo que tenha acontecido em relação ao todo-poderoso Timão. Recorde de público e renda do futebol brasileiro em 2008 mesmo disputando a Série B, contratação de Ronaldo Fenômeno e conquista dos títulos paulista e Copa do Brasil em 2009, anúncio da construção de um estádio próprio eleito pela Fifa para ser sede da abertura da Copa do Mundo em 2014, conquista do Campeonato Brasileiro em 2011, celebração enquanto campeão invicto da Libertadores da América em 2012. Não dá para negar, o Sport Clube Corinthians Paulista, tradicionalmente com fama de time caseiro, que não tinha casa nem passaporte internacional, agora é mundialmente reconhecido.

Escrevi este texto não só para homenagear esse clube que aprendi a amar desde que me conheço por gente. Proponho que nesta coluna possamos fazer um exercício de comparação da história recente do time do povo e do povo brasileiro. 

Facilmente, vamos ver que não só o campeão dos campeões conseguiu sua casa própria. Aliás, como a de milhões de brasileiros, a do Coringão também foi conquistada com muita luta e só se viabilizou graças a um financiamento. 

Também como tantos tupiniquins, os nossos guerreiros da Zona Leste estão se fazendo conhecer para além de muitas fronteiras. Quem viajou para fora recentemente, assim como eu, deve ter ficado de boca aberta por ver tanto brasileiro invadindo freeshops e centros de compras em qualquer que seja o país de destino.

Nesta semana o mundo assiste admirado à festa da torcida corintiana que, com dezenas de milhares de pessoas, tem carimbado seus passaportes em solo japonês. 

Com crise ou sem crise, marolinha ou tsunami, estamos escrevendo uma nova história. As pessoas estão indo pela primeira vez ao restaurante, ao teatro, ao aeroporto, não apenas para olhar com admiração pousos e decolagens. O povo agora é também protagonista no balcão de check in das companhias aéreas.

Não se trata apenas de novas possibilidades de consumo. Temos um País com melhor autoestima. Nossas rádios tocam cada vez mais músicas brasileiras, nossas cidades recebem anualmente eventos mundialmente valorizados, e nossos acadêmicos publicam artigos em revistas reconhecidas internacionalmente.

Não sei se o Timão volta com o caneco lá da Terra do Sol Nascente. Mas tenho certeza que tanto no futebol como no mundo globalizado, tanto o Corinthians como nosso País são, de fato, a bola da vez. 




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