É claro que não restava nenhuma dúvida entre os torcedores do Santo André. No entanto, o futebol de Rafinha diante da Portuguesa Santista, nos 2 a 2 de sábado à noite, em Ulrico Mursa, no Litoral, serviu para confirmar a boa fase do meia e selar definitivamente a importância do garoto emprestado pelo São Paulo no esquema ofensivo de Luiz Carlos Ferreira.
No primeiro tempo, o técnico decidiu colocá-lo no banco de reservas como alternativa para uma possível reviravolta no placar. Já na etapa inicial o Santo André amargava uma desvantagem de 1 a 0. Na volta do intervalo, Ferreira trouxe duas opções – Pará e Leandro Makelelê. Em seguida, o treinador recorreu a Rafinha na tentativa de buscar a igualdade.
Não demorou muito para que o Santo André, desarrumado em campo, levasse outro gol. Aos poucos, porém, o talento do baixinho começou a desmontar a sistema defensivo da Lusinha – que, a exemplo dos visitantes do Grande ABC – entrou em contagem regressiva na luta pelo não rebaixamento no Campeonato Paulista. Rafinha iria participar – direta ou indiretamente – dos gols mais do que salvadores de Elton e de Leandrinho.
Nos vestiários, Ferreira se rendeu à atuação de quem conseguiu tocar o piano em alto estilo e organizar as principais investidas que contribuíram, é lógico, para evitar um tropeço quase consumado na casa do adversário. Ao justificar a demora para colocar Rafinha na rodada anterior, Ferreira lembrou que a entorse no tornozelo do xodó da Fúria e da Tuda, na véspera do confronto contra o Potiguar, no Bruno Daniel, pela Copa do Brasil, o impedia que correr normalmente. "É verdade. Tentei encarar duas vezes na base do sacrifício, mas meu rendimento ficava limitado", disse Rafinha.
Então, Ferreira pretendia poupá-lo parcialmente do último jogo, mas, ao sentir que precisaria atacar a Lusinha – custasse o que custassse – o comandante redescobriu a fórmula mágica nos pés de Rafinha. "Em condições normais, reconheço que o menino não pode ficar de fora. Tem um detalhe: quero destacar não apenas o Rafinha, mas a garra dos meus atletas, que nunca desistiram de correr até o fim. Este é o tipo do resultado que só não considero uma vitória porque não conquistamos os três pontos. Mas, nas circunstâncias em que tudo aconteceu, não há como não atribuir o mérito à raça de uma equipe de homens. Hoje (sábado) reprisamos em dobro aquele filme apresentado contra o Marília. Se naquele dia perdíamos de 1 a 0 e chegamos ao empate, agora multiplicamos as nossas forças para alcançar aquilo que parecia impossível. Insisto: o mérito é dos jogadores", constatou.
O lateral Alexandre – um dos responsáveis pelos 2 a 2, ao lado de Elton, Leandrinho e Júlio César (o goleiro praticou pelos menos cinco defesas bem ousadas) comemorou o importantíssimo placar. Mesmo assim, lançou um alerta aos companheiros. Segundo ele, persistem alguns descuidos na zaga. "De novo, tomamos dois gols de bobeira. Isso não pode ocorrer nunca, principalmente numa reta decisiva para a nossa sobrevivência", observou.
O próximo desafio do Santo André na atual batalha para escapar do descenso é o Guarani, sábado, às 18h10, no Brinco de Ouro, em Campinas, em mais um duelo de duas equipes ameaçadas. Como sempre, Ferreira não dá maiores pistas quanto à escalação, mas uma coisa é certa: Rafinha já assegurou uma espécie de cadeira cativa no sistema ofensivo do chefe. "Procuro cumprir a minha parte, só isso. O que vale é o conjunto. O legal é que a gente procura evoluir e melhorar o nosso entrosamento", acredita Rafinha, que curtiu as honras atribuídas a um dos heróis da recente façanha.
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