A Ucrânia vai às urnas no domingo pela terceira vez para eleger o sucessor do presidente Leonid Kuchma, em um ambiente de grande tensão depois da 'revolução laranja'. Mais de 37 milhões de eleitores poderão votar entre as 8h (4h em Brasília) e às 20h (16h). Os resultados preliminares devem ser conhecidos na manhã de segunda-feira.
O candidato da oposição, Viktor Yuschenko, 50 anos, é o grande favorito. Já o atual primeiro-ministro, Viktor Yanukovich, 54 anos, deve amargar uma derrota. Ele foi o principal afetado pelas fraudes do segundo turno, que acabou anulado após intensos protestos.
Neste sábado a Corte Constitucional da Ucrânia anunciou que as recentes mudanças na lei eleitoral, limitando o direito de voto a domicílio, são inconstitucionais. A decisão pode colocar em dúvida a legitimidade da votação de domingo.
A decisão foi anunciada depois de uma ação apresentada pela equipe do candidato Viktor Yanukovitch, que considerava que tais emendas "violavam os direitos e liberdades dos ciudadãos".
A porta-voz do candidato de oposição Viktor Yushchenko disse que a decisão não questiona a legitimidade da eleição presidencial de domingo. "A legitimidade da votação não está em dúvida de nenhuma maneira com esta decisão da Corte", declarou a porta-voz Irina Herashchenko.
"A Corte julgou que não é constitucional a emenda que proíbe o voto a domicílio a todos os cidadãos, exceto os deficientes de primeiro grupo", declarou o juiz Mykola Selivon. "A decisão da Corte Constitucional é definitiva e não tem apelação. Agora ninguém poderá dizer que o próximo presidente é ilegítimo e que foi eleito de maneira não constitucional".
A Comissão Eleitoral Central será informada sobre a decisão e, segundo a lei, os eleitores que desejam votar em suas casas por motivos de saúde deverão obter uma autorização da comissão local no mais tardar até a noite sábado.
Apesar da nova lei eleitoral aprovada recentemente reduzir bastante os riscos de fraude, não há garantia contra os problemas. Para vigiar o processo, foram registrados mais de 12,3 mil observadores estrangeiros, contra 5 mil na votação do mês passado.
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