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Catedral de Notre-Dame revela novo interior após 5 anos de obras devido a incêndio
29/11/2024 | 20:14
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Fechada durante mais de cinco anos devido a um incêndio que devastou partes de sua icônica arquitetura gótica, a Catedral de Notre-Dame, na França, revelou ao mundo nesta sexta-feira, 29, as primeiras imagens de seu interior totalmente restaurado. Com reabertura marcada para o dia 8 de dezembro, o local abriu as portas para uma última visita fechada do presidente francês Emmanuel Macron antes da recepção do público.

Do lado de fora, o monumento, que é um dos pontos turísticos mais conhecidos de Paris, ainda é um canteiro de obras, com andaimes e guindastes. Mas o interior reformado provocou elogios entre autoridades e a imprensa global. "Provou ser de tirar o fôlego", disse a agência Associated Press sobre a restauração. Já a presidência francesa não poupou elogios para apresentar a visita: "brilho", "fascinação", vista "impactante".

"Ainda mais bela que antes, com o brilho redescoberto do louro das pedras e da cor das capelas", escreveu Macron em um documento enviado à imprensa.

Da limpeza ao restauro

Em abril de 2019, as chamas, provocadas por um incêndio que não teve as causas identificadas, devastaram o telhado e a estrutura da catedral, que teve sua construção iniciada em 1163 e tornou-se um dos maiores símbolos da arquitetura gótica em todo o mundo. A icônica agulha, construída por Viollet-le-Duc no século 19, desabou e foi reconstruída de forma idêntica.

O altar no presbitério da catedral carrega um símbolo da devastação do incêndio. A Pietà de Nicolas Coustou, parte do conjunto V?u de Louis XIII, sobreviveu praticamente ilesa, mas o chumbo derretido do incêndio fundiu-se na mão de Cristo. Os restauradores escolheram preservar isso como uma forma de memória à tragédia.

O grande órgão da catedral, um dos maiores e mais famosos da França, foi poupado das chamas, mas seus 8 mil tubos, que variam do tamanho de uma caneta a mais de 10 metros, foram cobertos de pó de chumbo. Ao longo de dois anos, os tubos foram meticulosamente desmontados, limpos e reajustados.

Os buracos escancarados que o incêndio abriu no teto foram fechados com novas pedras cuidadosamente reconstruídas. As paredes de calcário de cor creme da catedral parecem novas, limpas não apenas da poeira do incêndio, mas também da sujeira acumulada ao longo dos séculos.

Aspiradores de pó potentes foram usados primeiro para remover a poeira tóxica liberada quando o fogo derreteu os telhados de chumbo da catedral. No total, 42 mil metros quadrados de alvenaria foram limpos e descontaminados - uma área equivalente a aproximadamente seis campos de futebol.

Obra de R$ 4,4 bi

A catedral atraía milhões de fiéis e visitantes anualmente antes do incêndio, que forçou seu fechamento e transformou o monumento no coração de Paris em uma zona proibida, exceto para artesãos, arquitetos e outros mobilizados para a reconstrução.

Na época do incêndio, Macron prometeu reabrir o local em cinco anos, o que gerou certo ceticismo na época. "Nos disseram muitas vezes no começo que não seria possível, que era loucura, que era arbitrário, que faríamos errado", disse Macron. "Mas no final vocês conseguiram", disse o presidente à equipe envolvida nas obras de restauração.

Segundo o jornal francês Le Monde, cerca de 250 empresas e centenas de especialistas se envolveram no trabalho de restauração, que custou aproximadamente 700 milhões de euros (R$ 4,4 bilhões na cotação atual).

"Parece que foi construído ontem, como se tivesse acabado de nascer, embora Notre Dame seja muito antiga", disse o pedreiro Adrien Willeme, que trabalhou na reconstrução. "Por ter sido restaurado e limpo com tanto cuidado, parece realmente extraordinário."

As cerimônias religiosas e laicas de reabertura estão previstas para 7 e 8 de dezembro, antes da abertura das portas para o mundo.A França convidou diversos líderes estrangeiros, mas ainda não é possível saber quem comparecerá às cerimônias. O papa Francisco já anunciou que não estará presente. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)




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