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Governo quer antecipar votação de parecer negativo das contas do ex-prefeito
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
03/10/2011 | 07:45
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Base de Reali articula inocentar Filippi

O prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), designou sua base governista a aprovar o quanto antes as contas de 2008 de seu padrinho político, o deputado federal José de Filippi Júnior (PT). O Tribunal de Contas do Estado emitiu parecer contrário às finanças do último ano de mandato de Filippi à frente da Prefeitura de Diadema por insuficiência de aplicação de recursos na Educação.

O prazo dado pelo TCE é para que a Câmara Municipal aprecie o relatório até o dia 13. O governo, embora conte com maioria no Legislativo, não quer correr risco de deixar a votação para a última sessão. A cúpula do Executivo endente que, com o acirramento eleitoral, possa haver revanchismo de alguns aliados.

Líder do governo Reali na Casa, Orlando Vitoriano (PT) iniciou as movimentações na semana passada. O plano da Prefeitura era incluir as contas rejeitadas de Filippi na sessão de quinta-feira, mas pressão da base governista causou recuo no planejamento inicial.

"Já conversei com alguns líderes de bancada e há um consenso para colocar as contas na ordem do dia desta semana. Não queremos enrolar muito com isso e atrasar a votação de projetos importantes", confirmou Vitoriano.

O PT conta com folga na aprovação. Dos 17 vereadores, 14 são declaradamente governistas, inclusive Milton Capel (PV), cujo o partido oficializou ingresso na oposição à administração Reali. Dirigentes da legenda acreditam até que o parecer seja derrubado por unanimidade na Casa.

Desde que retornou à Prefeitura, em 2001, Filippi teve todas suas contas rejeitadas pelo TCE. A maioria das vezes o órgão apontou aumento do deficit, não pagamento de precatórios e insuficiência de investimentos na Educação. Em todas as vezes Filippi conseguiu reverter decisão do tribunal pelos votos dos vereadores.

 

MOTIVOS

O conselheiro substituto Olavo Silva Júnior, responsável pela apreciação das finanças da gestão Filippi, apontou duas falhas na contabilidade de 2008. A primeira é a falta de recursos destinados à Educação. Em vez dos 25% obrigatórios pela Constituição Federal, Filippi despendeu 23,49%.

O segundo ponto foi o endividamento do município. Silva Júnior afirmou que Filippi não deixou dinheiro em caixa suficiente para pagar débitos que estourariam no início do ano subsequente, justamente quando Reali assumiria. Esse questionamento, contudo, foi revertido por argumentos da defesa de Filippi. Segundo advogados do petista, a insuficiência financeira ocorreu por pagamento de precatórios no fim de gestão e quitação de parcelas de dívidas com o INSS.




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