A atração, de cerca de uma hora, revive vários momentos da carreira de Marisa por meio de músicas escolhidas por ela. Por exemplo, para lembrar a admiração por Dalva de Oliveira, canta Segredo. Ao falar sobre suas preferências, como o gosto pelo bolero, interpreta Solamente Una Vez.
A maior parte é mesmo de música, os depoimentos são econômicos. Comenta como conheceu João Gilberto, de quem foi namorada e quem lhe apresentou a vários outros artistas. “Daí muita coisa boa aconteceu”, afirma a cantora, na gravação.
A implicância de João Gilberto com o barulho vem de longe. “João não queria que nada incomodasse o som dele”, diz Marisa, que recorda quando o músico parava de tocar para esperar o bonde passar.
Em outras histórias e afinadas interpretações, ela fala que no Carnaval torce pela Império Serrano e traz à tona nomes como Antônio Maria, Tom Jobim, Orestes Barbosa e o grupo Garotos da Lua. “Falar de Nelson Cavaquinho é falar do samba”. Marisa foi também grande amiga de Dolores Duran (“ela era muito alegre, quase feliz”).
Filha de mãe pianista e pai barítono, nasceu Marisa Vértulo Brandão e ganhou o apelido Gata Mansa do jornalista Djalma Sampaio. Sua primeira gravação foi Você Esteve com Meu Bem (1953), de João Gilberto e Russo do Pandeiro. No ano seguinte, integrou-se ao movimento da bossa nova.
Gravou 12 álbuns, sendo o último de 1997 (Encontro com Antônio Maria), apenas com músicas do autor de Samba de Orfeu e Ninguém me Ama. Morreu aos 69 anos, em decorrência de problemas cardíacos.
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