O cardeal Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, recebeu o Prêmio Cidade de São Paulo em evento realizado na noite de sexta-feira, 1º, no Theatro Municipal.
Durante a homenagem, Dom Odilo também recebeu a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão pela Câmara Municipal de São Paulo. A noite marcou ainda a celebração dos 70 anos da Catedral da Sé, um cartão-postal da cidade.
"Dom Odilo orgulha a cidade de São Paulo por sua capacidade de acolher a todos, por contribuir para tornar esta capital um lugar mais justo, bonito e solidário todos os dias", afirmou em nota a Prefeitura de São Paulo.
Na cerimônia, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), reeleito no domingo passado, 27, reiterou a importância de Dom Odilo para a capital. "O melhor sentimento que podemos externar ao senhor é a gratidão por tantos anos de dedicação para cuidar da nossa arquidiocese", disse no evento.
Paulistano de coração
Gaúcho de nascimento, Dom Odilo foi criado no interior do Paraná, mas disse se sentir "plenamente paulistano de coração, e com muito amor". "Aprendi a conhecer a dinâmica da metrópole e me inseri nela, aprendi a admirar a riqueza humana e material desta cidade e, ao mesmo tempo, aprendi a conhecer as suas pobrezas e as suas feridas abertas."
Ao ser homenageado, o arcebispo lembrou de José de Anchieta, que dá nome à medalha concedida pela Câmara. "Esse nosso predecessor aqui em São Paulo, que junto com outros irmãos jesuítas iniciaram a presença da Igreja, do Evangelho aqui em São Paulo, no meio da população indígena e de imigrantes que pouco a pouco vinham chegando", disse.
Mestre em Filosofia e doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Dom Odilo exerceu diversas atividades acadêmicas nas décadas de 1980 e 1990, até se tornar membro da Comissão Nacional do Clero da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Ele foi oficial da Congregação para os Bispos, no Vaticano, entre 1994 e 2001, mesmo ano em que foi nomeado bispo auxiliar de São Paulo pelo papa João Paulo II. Também atuou como vigário episcopal para a região de Santana, na zona norte da capital.
Ao ser nomeado arcebispo metropolitano de São Paulo pelo papa Bento XVI, em 2007, Dom Odilo escolheu como seu lema episcopal o trecho do Evangelho que narra a celebração da última ceia de Cristo.
"Dom Odilo chamou para si a missão dada por Jesus aos apóstolos: que o gesto ritual de repartir o pão e o cálice continuasse a ser feito por eles ao longo do tempo, em memória de Deus, ou seja, lembrando de Deus, do que Ele fez e de tudo o que aquele rito significava", comenta a Prefeitura.
Arcebispo apresentou pedido de renúncia ao papa
A regra canônica prevê que o arcebispo ofereça sua saída do cargo ao completar 75 anos, idade que Dom Odilo alcançou no dia 21 de setembro.
Seguindo a norma, ele encaminhou ao papa Francisco um pedido de renúncia, mas o pontífice solicitou que permanecesse mais dois anos à frente da Arquidiocese de São Paulo, a maior do País.
Com isso, Dom Odilo só deverá se afastar da função em 2026, quando se tornará bispo emérito.
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