A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia criticou o empresário americano Elon Musk, dono do X (antigo Twitter) - plataforma bloqueada no País desde 30 de agosto por descumprir ordens da Justiça brasileira.
Em entrevista ao programa Roda Viva nesta segunda-feira, 30 de setembro, a ministra foi questionada sobre a suspensão da rede durante as eleições municipais de 2024. Para a magistrada, o bloqueio da plataforma ocorreu para fazer valer a lei do País, que não é "quintal de ninguém" e não pode ser "desdenhado".
"Num Estado soberano, todos nós, cidadãos, e todos aqueles que atuam aqui, empresas e plataformas, que não deixam de ser empresas, têm que cumprir, sim, a lei do país. É assim em todo lugar, o Brasil não é menor, o Brasil não é quintal de ninguém, o Brasil é um Estado soberano que precisa ter o seu direito respeitado para se dar o respeito, e nós fizemos isso", disse a ministra. "Por que uma empresa acha que pode tratar o Brasil como se o Brasil fosse algo que pode ser absolutamente desdenhado?", questionou.
Cármen Lúcia é a atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No STF, a magistrada compõe a Primeira Turma, colegiado que ratificou a decisão monocrática de Alexandre de Moraes de bloquear o X.
Durante o Roda Viva, a magistrada também comentou sobre pedidos de impeachment contra ministros do STF e sobre o avanço no Congresso de medidas que visam limitar os poderes do Supremo. Para Cármen Lúcia, a proposição dessas leis faz parte da prerrogativa dos parlamentares, mas medidas que "acanhem" a independência do Poder Judiciário podem ser apreciadas pela Corte.
Quanto aos pedidos de impedimento de ministros, Cármen Lúcia afirmou que as petições, muitas vezes, não "refletem o que o Supremo vem fazendo nos acontecimentos mais recentes".
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