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GM vai importar peças da Ásia e México para reduzir custos
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27/01/2006 | 08:23
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A General Motors do Brasil se prepara para importar peças e componentes da China, Coréia, México e Europa. A valorização do real frente ao dólar coloca os fabricantes brasileiros em desvantagem de preço frente a essas regiões, diz o presidente da montadora, Ray Young. “A ordem da matriz é cortar custos. Analisamos os preços de todos os componentes nesses países e, com o valor atual do real, é certo que vamos importar.”

No ano passado, o equivalente, em valores, a 10% das peças e componentes utilizados pela empresa na fabricação de veículos foi importado, boa parte do próprio Mercosul. Este ano o porcentual será maior, mas Young não revela números.

A ordem de reduzir custos é do presidente da GM mundial, Rick Wagoner, repassada segunda-feira a Young num encontro em Detroit, nos Estados Unidos. Está relacionada ao desempenho da filial, que fechou 2005 com prejuízo pelo oitavo ano.

Só nas exportações, a GM do Brasil perdeu US$ 200 milhões. O resultado contrasta com o ganho obtido pela companhia na região em que o Brasil está inserido, denominada LAAM dentro da empresa, e composta por América Latina, África do Sul e Oriente Médio.

A LAAM teve lucro de US$ 124 milhões, 45,8% acima do ganho de US$ 85 milhões de 2004. “África, Oriente Médio e região andina tiveram lucro; só o Mercosul teve prejuízo”, lamenta Young. Sozinho, o Brasil responde por 83% da receita do Mercosul, de US$ 6 bilhões no ano passado.

Na LAAM, a participação é de 42%. Dados financeiros não são divulgados de forma isolada. Young revela apenas que, no mercado interno o resultado foi positivo, ofuscado porém pelas vendas externas. “O câmbio teve impacto brutal nos negócios; é o nosso pesadelo.”

A montadora acredita que a média do real frente ao dólar ficará este ano em R$ 2,25, paridade que exige várias medidas para frear perdas na exportação. Além de aumentar importações, a GM vai suspender contratos com países onde a venda não for lucrativa e aplicará novos reajustes de preços nos veículos para exportação.

A empresa calcula queda de 20% a 30% nos negócios externos. Em unidades vendidas, o resultado da América Latina foi satisfatório, diz Young. O grupo vendeu 442 mil veículos, quarto melhor mercado para o grupo mundial. Só o Brasil comercializou 365 mil veículos, o sexto melhor resultado da companhia. Na LAAM como um todo, as vendas atingiram o recorde de 881 mil veículos.

O resultado marca o oitavo ano consecutivo de liderança em vendas e participação de mercado na região, disse Wagoner no relatório de apresentação do balanço. “Nosso foco para 2006 é continuar alavancando a posição na África do Sul, acelerar o programa de recuperação no mercado brasileiro e obter desempenho mais forte no Oriente Médio e na região andina.”




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