Preso na sexta-feira, 2, por suspeita de cometer crimes envolvendo a filha de 2 anos que tem paralisia cerebral, o influenciador digital Igor Viana, de 24 anos, não teria demonstrado arrependimento, de acordo com a delegada Aline Lopes, responsável pelo caso. Igor vinha sendo investigado pelos crimes de estelionato, desvio de proventos de pessoa deficiente, discriminação de pessoa com deficiência, constrangimento de criança e maus-tratos contra a própria filha. A defesa de Viana não foi localizada pela reportagem.
Aline conta que as ofensas de Igor contra a filha foram feitas para conseguir atenção e engajamento. "Ele afirma que fez tudo o que fez para chamar a atenção da mídia, gerar mais engajamento, e que não faria nada diferente", diz a delegada ao Estadão. Viana tem mais de 78 mil seguidores nas redes sociais.
Além das ofensas, ele a alimentava de forma errada nas lives para fazer conteúdos nas redes sociais, apontaram as fonoaudiólogas que acompanhavam a criança, segundo a delegada. "As fonos afirmaram que a forma como ele a alimentava enquanto a exibia nas lives era totalmente inadequada. Daquela forma, ele a colocava em risco de broncoaspirar e até de morrer. Ele sabia disso, não deveria fazer daquela forma."
De acordo com a delegada, Igor disse que era "normal" a menina engasgar. "Ele afirmou que tinha muita prática, que estava acostumado a dar comida a ela daquele jeito, que fazia aquilo até de olhos fechados e que era normal ela engasgar mesmo, já que ela engasgava toda hora."
Relembre o caso
De acordo com a Polícia Civil de Goiás, a prisão de Igor ocorreu por indícios de que aplicava golpes e de que estaria atrapalhando o andamento das investigações.
A mãe da criança, Ana Vitória Alves dos Santos, de 20 anos, também é investigada pelo desvio e pode ser enquadrada por omissão, caso fique provado que, ciente dos maus-tratos supostamente praticados pelo marido, ela não agiu para impedi-los de serem cometidos.
O influencer foi preso em Goiânia, quando estava em um apartamento alugado na companhia da mãe da criança. Na ocasião, a mulher, que também é investigada, não foi presa, já que teve o pedido de prisão indeferido pela Justiça.
A criança segue sob a responsabilidade da avó paterna, onde permanece desde 24 de junho, quando foi retirada dos cuidados do pai pelo Conselho Tutelar de Anápolis em razão de denúncias de maus-tratos e divulgação de áudios em que Viana reclama e debocha da filha.
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