O jornalista Evan Gershkovich, o ex-fuzileiro naval Paul Whelan e a jornalista Alsu Kurmasheva, que estavam presos na Rússia e foram libertados, chegaram aos Estados Unidos e foram recebidos pelo presidente Joe Biden e pela vice-presidente Kamala Harris na base militar de Andrews, próxima a Washington na quinta-feira, 1º de agosto.
O avião transportando os três pousou e marcou o fim de uma longa e complicada negociação diplomática. Esta troca, a maior entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria, envolveu a libertação de 26 prisioneiros.
Biden, em um comunicado, classificou o acordo como uma "façanha diplomática" e expressou alívio pelo término do sofrimento dos envolvidos.
Também foi solto Vladimir Kara-Murza, um crítico do Kremlin radicado nos Estados Unidos, que retornou ao país separadamente.
O acordo proporciona ao governo Biden um sucesso diplomático de destaque enquanto a campanha presidencial dos EUA, que coloca Harris contra o ex-presidente republicano Donald Trump, entra em seus meses finais.
A Turquia foi a principal mediadora da negociação. No total, 26 pessoas de sete países (EUA, Rússia, Alemanha, Polônia, Eslovênia, Noruega e Belarus) foram libertados.
Segundo a presidência turca, dez russos, incluindo dois menores, foram trocados por 16 ocidentais e opositores russos detidos na Rússia e em Belarus.
A troca foi facilitada pela intervenção da Turquia, com Biden agradecendo ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, por garantir que o processo ocorresse sem problemas.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, recebeu os prisioneiros libertados em Moscou e expressou gratidão aos líderes internacionais que auxiliaram na negociação.
"Quero felicitá-los pelo seu regresso à sua terra natal", declarou o presidente russo.
O Kremlin indicou que Putin perdoou os prisioneiros como parte do acordo.
A troca incluiu figuras notórias, como Vadim Krasikov, preso na Alemanha pelo assassinato de um ex-líder checheno.
O governo alemão reconheceu que a decisão de libertar Krasikov foi difícil, mas necessária para o sucesso do acordo.
Entre os transferidos para a Alemanha estava Rico Krieger, condenado à morte em Belarus por espionagem e recentemente perdoado.
A Anistia Internacional observou que a troca de prisioneiros destaca a estratégia de Putin em usar prisioneiros políticos como instrumentos de negociação. Esta foi a primeira troca significativa entre Moscou e o Ocidente desde a libertação da jogadora de basquete Brittney Griner em dezembro de 2022, trocada pelo traficante de armas russo Viktor Bout.
Em 2010, outro acordo permitiu a libertação de 14 espiões, incluindo a russa Anna Chapman, condenada nos Estados Unidos, e Sergei Skripal, um agente duplo preso na Rússia.
Evan Gershkovich foi libertado pela Rússia após passar 16 meses preso no país sob acusação de espionagem. Em julho, foi condenado a 16 anos de cárcere pelo crime - ele nega as imputações. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
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