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Maduro vence eleição, diz órgão eleitoral; oposição denuncia fraude
29/07/2024 | 02:11
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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, venceu as eleições presidenciais

do domingo, 28. Com 80% das urnas apuradas, ele obteve mais de 5,15 milhões (51,20%), segundo

o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo chavismo. O candidato opositor, Edmundo

González Urrutia, tinha 4,4 milhões de votos (44,2%).

Encerrada a votação, a Venezuela prendeu a respiração à espera do resultado das urnas. Maduro

e oposição demonstraram confiança na vitória. No entanto, a campanha do opositor González

Urrutia, liderada por María Corina Machado, se queixou de que o chavismo havia interrompido a

transmissão dos resultados.

Segundo líderes da oposição, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que organiza as eleições,

não estava permitindo a presença de fiscais ou transmitindo as atas de votação. María Corina

pediu que eleitores fizessem uma vigília nas seções para evitar fraudes.

"Nenhum fiscal eleitoral deixa a seção sem a ata da urna. Nossas testemunhas têm o direito de

obter seu certificado. Esse é o momento mais crítico e o melhor modo de nos defendermos é

estando presentes na seção eleitoral. O mundo está conosco", disse ela, na sede do QG da

campanha.

Delsa Solórzano, uma das líderes da campanha opositora, também se queixou que o CNE estava

impedindo a entrada de representantes da oposição. "Disseram que era melhor eu ir embora em

nome da minha segurança", afirmou.

Com as atas emitidas ao fim da votação e a auditoria das urnas, a oposição esperava fazer uma

espécie de apuração paralela para comparar com os resultados a serem divulgados pelo CNE. O

temor é de que o conselho, aparelhado por funcionários chavistas, altere os resultados.

Na reta final da campanha, Maduro e seus aliados mais próximos afirmaram que respeitariam os

resultados "divulgados pelo CNE". Vladimir Padrino López, ministro da Defesa que recebeu do

ditador o título de "General do Povo Soberano", repetiu a afirmação de que o CNE era soberano

para decidir o que quisesse.

Padrino López, que é considerado um porta-voz dos quartéis, também embarcou no discurso

chavista de que a eleição serviu para "condenar as sanções criminais do imperialismo sobre a

República Bolivariana de Venezuela".

Para o cientista político venezuelano Xavier Rodríguez-Franco, o atraso na divulgação de

resultados seria uma repetição do padrão do chavismo nas últimas eleições, que segurou o

máximo que pôde a totalização dos votos e, ao mesmo tempo, usou milícias paramilitares para

provocar intimidação nas ruas.

"Apesar de o voto ser eletrônico e haver processo automatizado, tem sido sempre uma constante

a sequência de ações que parecem formar um padrão, especialmente quando há eleições que foram

competitivas", afirmou.

Analistas e opositores passaram os últimos dias especulando como Maduro tentaria reverter o

resultado em caso de derrota. No fim de semana, ele impediu a entrada de observadores

convidados pela oposição. Durante o período de registro, ele restringiu a inscrição de

venezuelanos no exterior, a maioria refugiados que detestam o regime. Cerca de 5 milhões foram

impedidos de votar fora da Venezuela.




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