A recepção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT), no CEU (Centro Educacional Unificado) da cidade, revelou-se uma escolha bastante infeliz. O local, que deveria ser um exemplo de investimento na educação e desenvolvimento social, tornou-se, na verdade, o maior símbolo das obras atrasadas do governo municipal. Com a inauguração prometida originalmente para fevereiro, cinco meses atrás, o empreendimento segue em ritmo lento de obras e não emite os mínimos sinais de que estará pronto ainda neste ano. A intenção de destacar realização positiva acaba por evidenciar os problemas que marcam a administração petista.
A comunidade de Diadema tem esperado ansiosamente pela conclusão das obras do CEU, que promete melhorias significativas na educação, cultura, lazer e oportunidades para os jovens. No entanto, o contínuo adiamento e a falta de transparência na gestão desses projetos têm causado crescente frustração e descontentamento entre os moradores – algo que os adversários chamam, não sem certa dose de razão, de “estelionato eleitoral” praticado por Filippi. Receber o presidente em um cenário que ilustra claramente essas falhas administrativas não apenas expõe a ineficiência do governo diademense como também coloca em xeque a capacidade do prefeito de cumprir suas promessas.
Se a intenção de Filippi era impulsionar sua pré-candidatura à reeleição com a presença do garoto-propaganda Luiz Inácio Lula da Silva, a agenda de hoje pode terminar se configurando em um retumbante tiro no próprio pé. Ao destacar involuntariamente os problemas de sua gestão em vez de suas conquistas, o prefeito pode ter comprometido seu capital político e enfraquecido sua imagem perante o eleitorado. Em tempos em que a transparência e a eficiência são exigências fundamentais dos cidadãos na hora de definir seu voto, a escolha do esqueleto do CEU para recepcionar o presidente da República denuncia o nível do amadorismo da equipe que cerca o chefe do Executivo diademense.
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