O DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor) do Ministério da Justiça quer explicações da direção da Varig sobre os problemas que clientes da companhia enfrentam desde o fim de semana. Para conseguir isso, no entanto, o DPDC teve de notificar, na segunda-feira à noite, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que é o órgão regulador do setor aéreo.
A Anac precisa ser o intermediário neste caso porque, segundo técnicos do DPDC, desde o leilão na quinta-feira passada no qual foi vendida a parte operacional da companhia para a VarigLog, há uma espécie de espaço vazio sobre as responsabilidades da empresa.
O diretor do DPDC, Ricardo Morishita, disse que espera que sejam cobrados o presidente da Varig, Marcelo Bottini, e o gestor judicial que, por determinação da lei, ainda é o responsável pela parte da empresa que permanece sob responsabilidade da Justiça empresarial do Rio. Morishita ressaltou que, nos últimos dias, têm sido “flagrantes” os casos de desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor pela empresa aérea.
Além dos casos relatados na imprensa, o departamento diz que também teve conhecimento de situações em que passageiros ligaram para o telecentro da companhia antes de se deslocarem para os aeroportos, e foram informados de que os vôos estavam mantidos. Chegando ao local, no entanto, descobriram que os embarques haviam sido cancelados. “Isso é propaganda enganosa”, afirmou Morishita.
Mesmo sem a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Varig continua cancelando vôos. Pelo menos 32 viagens foram suspensas terça-feira, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, e no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Funcionários – Um comunicado fixado no quadro de avisos dos funcionários da Varig, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, informava terça-feira que benefícios serão cortados a partir de 1º de agosto, devido à crise da empresa. O recado revoltou empregados da companhia aérea, que estão com pelo menos um salário atrasado. “Agora, estamos sem ticket refeição e alimentação, vale-transporte e plano de saúde. Vários funcionários estão faltando, mas a gente está aqui, dando a cara a tapa. A fase é crítica, insustentável”, disse uma funcionária que não quis se identificar e que trabalha na Varig há três anos.Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.