O Exército de Israel divulgou nesta sexta-feira, 5, o resultado da investigação sobre o ataque contra um comboio humanitário que matou sete voluntários da ONG World Central Kitchen (WCK), na segunda-feira. O comando militar destituiu um major e um coronel da reserva que serviam na unidade envolvida no bombardeio e fez reprimendas a três generais que participaram da operação. Em comunicado, autoridades voltaram a se desculpar.
Os militares israelenses disseram que os oficiais que ordenaram o ataque violaram os protocolos do Exército, em parte por abrirem fogo com base em evidências insuficientes e erradas de que um dos passageiros em um dos carros estava armado.
"Um erro grave resultou de uma falha de identificação equivocada, erros na tomada de decisões e um ataque contrário aos procedimentos operacionais", diz o texto do relatório, supervisionado por Yoav Har-Even, um general da reserva.
Um porta-voz do Exército de Israel, citado pela CNN, que pediu para não ser identificado, disse que os militares teriam determinado erroneamente que um objeto pendurado no pescoço de um dos voluntários seria uma arma. Segundo a investigação, o objeto provavelmente se tratava de uma bolsa ou sacola.
O mesmo porta-voz afirmou que alguns dos voluntários da WCK sobreviveram ao bombardeio do primeiro veículo e fugiram para o segundo, que vinha logo atrás. O carro também foi bombardeado pelos israelenses.
Críticas
A WCK criticou ontem as conclusões de Israel, citando "falta de credibilidade", e renovou seus pedidos de uma investigação independente. "O Exército israelense não pode investigar com credibilidade seu próprio fracasso em Gaza. Não é suficiente simplesmente tentar evitar mais mortes de voluntários de organizações humanitárias, que já se aproximam de 200", disse o chef espanhol José Andrés, fundador da ONG.
EUA e Reino Unido disseram ontem que analisarão com uma lupa as conclusões de Israel. O chanceler britânico, David Cameron, disse que, independentemente do resultado da investigação, os israelenses precisam rever seus protocolos e voltou a pedir maior proteção aos civis em Gaza. "Está claro que uma grande reforma de Israel é necessária para garantir a segurança dos trabalhadores humanitários", afirmou.
O Exército disse ontem que as conclusões seriam enviadas aos promotores militares para avaliar se alguém deveria ser indiciado criminalmente. O comando militar também avalia se os dois oficiais destituídos devem ser transferidos para outras funções ou expulsos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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