Claúdio Conz Titulo
O espírito Associativista

Como presidente de uma associação de classe, não posso deixar de comemorar os ganhos para nosso setor

Por Cláudio Conz
30/09/2010 | 00:00
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Como presidente de uma associação de classe, não posso deixar de comemorar os ganhos para nosso setor e para nosso País, que temos alcançado em virtude de nosso espírito associativista. Desde 1998 estou à frente da presidência executiva da Anamaco, Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção, entidade sem fins lucrativos, que funciona como interface entre os órgãos governamentais e as demais entidades, fabricantes e comerciantes do setor.

Fundada em dezembro de 1984, a Anamaco desenvolve ações junto ao poder público apresentando sugestões e projetos que têm por objetivo aumentar as vendas de material de construção, promovendo o desenvolvimento do setor e do país como um todo. Também promovemos discussões em torno de assuntos que podem interferir diretamente na cadeia produtiva da Construção, como questões ligadas à tributação, projetos de lei etc. Hoje a entidade representa as 138 mil lojas de materiais de construção existentes no Brasil.

ASSOCIATIVISMO HISTÓRICO
Há exatos 43 anos, um grupo de empresários do setor fundou a ACMCC (Associação dos Comerciantes de Material de Construção de Campinas), com o objetivo de canalizar discussões e servir de mecanismo para a troca de experiências entre seus membros.

Desde o início, sempre foi exigido que não fosse explorada simplesmente a conotação classista. Se nos fundamentássemos somente nos interesses da classe, perderíamos a nossa sustentação, pois o número de comerciantes envolvidos na criação da associação era muito restrito e poucos acreditavam no intento de lealdade e de companheirismo.

A ACMCC foi a primeira entidade do gênero no Brasil. Havia outras muito segmentadas, porém a Associação de Campinas foi pioneira em nível nacional. Com sua fundação, os comerciantes perceberam que há muito sentiam a necessidade de discutirem os seus problemas, com o apoio de um órgão aglutinador que, de maneira coesa, os auxiliasse a resolvê-los.

ENTIDADE NACIONAL
Em 1971, já havia um esboço da idéia de uma entidade nacional, com o surgimento de outras associações regionais. O intuito de José Olavo Nogueira, fundador da associação, era proporcionar encontros para a troca de ideias entre as entidades existentes. A partir disso, surgiu um calendário para essas reuniões, a fim de que os empresários pudessem discutir seus problemas comuns.

Em 2 de dezembro de 1984, algumas associações, dentre as quais a ACMCC e as Associações de Comerciantes de Material de Construção de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul realizaram, em Porto Alegre (RS), a II Convenção Anual de Comerciantes de Material de Construção que fundou a Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção).

Entre os anos de 1984 e 1986, o então presidente da Anamaco, José Olavo Nogueira, passou a visitar as entidades regionais e a manter um contato próximo, estreitando os laços de confiança e fazendo a Anamaco presente. A associação foi criada com o propósito de discutir tudo o que se refere a problemas do setor de forma clara e transparente, servindo de fórum mediador para os debates dos revendedores. A entidade oferecia uma proteção profissional sob a qual as revendas do país teriam maior força nas negociações junto às indústrias fornecedoras e, principalmente, junto aos órgãos do governo no momento de uma reivindicação.

O PLANO CRUZADO E O ESFORÇO ASSOCIATIVISTA
Durante a gestão de José Olavo Nogueira à frente da Anamaco, houve uma mobilização setorial diante de medidas adotadas por um órgão fiscalizador da economia que interferia diretamente no comércio varejista de Material de Construção. Este órgão, a SUNAB (Superintendência Nacional de Abastecimento), fazia uma pressão sobre os lojistas na fiscalização até excessiva dos preços praticados, inviabilizando, muitas vezes, os pequenos e médios comerciantes. Diante disso, a Anamaco reuniu-se novamente e formalizou um pedido ao então superintendente do órgão, com várias reivindicações dos lojistas. Cerca de 26 empresários do setor assinaram a Carta da Anamaco, entregue a estes representantes do Governo Federal. O documento alertava para as conseqüências imediatas que tamanha fiscalização acarretava.

Conseqüências danosas, segundo José Olavo Nogueira, e desnecessárias, já que os lojistas estavam atentos às normas estabelecidas pelo próprio governo. Essa foi uma das maiores vitórias para a entidade na época.

Hoje, outras ações já foram e estão sendo realizadas. Procuramos sempre conversar com o Governo e reivindicar medidas para ajudar o setor e o Brasil. No final das contas, quem ganha com isso somos todos nós. O associativismo deve estar presente em todos os setores, como força motora da nação.




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