Alguns governantes de outros países ainda insistem em apoiar a estratégia do presidente americano George W. Bush contra o regime do presidente iraquiano Saddam Hussein, mas ficou comprovado que uma esmagadora maioria de suas opiniões públicas se opõe.

Essas manifestações concentraram no sábado milhões de pessoas na Itália, Grã-Bretanha e Espanha, países onde seus governos ainda teimam em apoiar a posição de Washington.

"Acontece que Israel está em simbiose total com os Estados Unidos, que o apóiam contra os palestinos", explicou o ex-deputado Ouri Avnery, do movimento radical de esquerda Gush Shalom (Bloqueio da paz). "O primeiro-ministro israelense Ariel Sharon conseguiu convencer o presidente Bush a que os dois países enfrentem uma mesma ameaça terrorista e se tornaram aliados inseparáveis", assinalou.

"Os israelenses estão ocupados em preparar abrigos e equipamentos de proteção", adiantou Avnery. "Saddam Hussein é um psicopata muito perigoso, que pede abertamente a destruição de Israel", lembrou, manifestando sua surpresa e indignação diante de tantas e tão volumosas manifestações no resto do mundo "em favor desse tirano".

"Israel tem um interesse vital em neutralizar o Iraque e sabe que não tem condições de fazer esta tarefa sozinho. Assim, não é nenhuma surpresa que os israelenses estejam a favor de uma operação americana" contra o Iraque", assinalou.

Uma maioria israelense (51%) é favorável a um ataque norte-americano imediato contra o Iraque, sem esperar por uma solução da crise por meios pacíficos. De qualquer modo, 43% dos consultados se manifestaram contra essa guerra, de acordo com uma pesquisa publicada na última sexta-feira.