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Moradores reclamam de constante falta de energia no Riacho Grande

Denunciantes alegam explosões nos transformadores, árvores em contato com a fiação elétrica e diversos prejuízos por conta da interrupção do serviço

Thainá Lana
31/01/2024 | 08:30
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Adriano Manoel Ribeiro, morador da Vila Jurubatuba, mostra a fiação elétrica solta e em contato com as árvores (FOTO: Celso Luiz/DGABC)


Moradores do Riacho Grande, em São Bernardo, denunciam constantes quedas de energia elétrica na Rua Álvaro da Silva Madeira, na Vila Jurubatuba. Segundo alegam, a falta de luz é um problema crônico no bairro e ocorre há muitos anos, ocasionando diversos prejuízos para os munícipes. 

Os denunciantes afirmam que acionam quase diariamente a Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica na região, mas relatam que a empresa não realiza o serviço preventivo para solucionar o problema.

A empresária Suzilene Batista de França, 54 anos, conta que os moradores precisaram mudar a rotina por conta da constante interrupção de energia. Banhos rápidos, alimentos estragados na geladeira e falta de água são alguns dos problemas apresentados pela moradora. “Como não temos água encanada, utilizamos um poço artesiano, e sem luz não conseguimos bombear a água para a caixa para poder abastecer a residência. Em média ficamos de oito a 12 horas, às vezes até mais, sem luz. Aqui é o último lugar em que eles vêm religar a energia”, desaba Suzilene.

Morador há oito meses do local, Adriano Manoel Ribeiro, 45, explica que são registradas explosões nos postes de energia próximo à rua onde mora devido ao contato da fiação elétrica com as árvores. “Os fios ficam pendurados nos galhos, as plantas crescem ao redor dos disjuntores, o que deve ocasionar as explosões. Além da falta de energia, isso coloca em risco a segurança das pessoas. Não é realizada poda preventiva e nem manutenção na fiação elétrica”, denuncia.

Ribeiro, que é cabeleireiro, elenca os prejuízos ocasionados pela falta de luz constante. “Já queimou duas cafeteiras, e danificou outra. Não consigo mais atender meus clientes em casa, preciso me deslocar para poder trabalhar. Sem contar os vizinhos que trabalham de home-office e que precisam ir para casa de parentes. O pior é pagar R$ 140 por mês e não ter a energia, porque a conta vem de todo jeito, e eles falam que é baseado nos meses anteriores”, reforça.

Na última quinta-feira (25), os moradores da Vila Jurubatuba estavam há quase 24 horas sem luz. Após o Diário acionar a Enel, a energia foi restabelecida no local no início da tarde, porém, às 20h, o bairro já estava novamente no escuro. Ontem, o serviço foi interrompido pela manhã e voltou no início da tarde. 

“Todos os dias passamos por essa situação, não aguentamos mais viver assim”, finaliza Ribeiro. Além da alta frequência da queda de energia, a cuidadora de idosos, Andreza Fracasso, 47, reclama do tempo para que a luz seja religada. 

“Já ficamos três dias seguidos no escuro. A conta para pagar sempre chega, mas na hora de restabelecer o serviço precisamos ficar indo atrás do caminho para solicitar que religuem. Minha mãe tem 76 anos e tem Alzheimer, ela fica ansiosa vivendo nessa situação. Já perdi três aparelhos queimados devido aos estouros nos transformadores, geladeira, televisão e notebook. Por conta da burocracia, acabei desistindo de requerer meus direitos”, pontua Andreza, que mora há 15 anos no local.

SEM RESPOSTAS 

Questionada, a Enel não explicou o motivo das interrupções contínuas no serviço de energia na rua Álvaro da Silva Madeira. A concessionária também não informou a frequência de manutenção na rede elétrica, que tem ocasionado explosões nos transformadores. 

Sobre a poda das árvores que estão em contato com a fiação, a Enel disse que a manutenção da arborização no espaço público, incluindo podas preventivas e periódicas para evitar o contato das árvores com a rede elétrica, é atribuição de responsabilidade das prefeituras.

“A companhia, por sua vez, realiza podas de forma preventiva e emergencial, quando os galhos de árvores já estão muito próximos ou tocando os condutores da concessionária, podendo causar quedas de energia e acidentes com a população. A distribuidora ressalta ainda que não há nenhum ofício expedido para poda de árvore no endereço mencionado”. Porém, segundo afirmam os moradores, a empresa não efetuou o serviço de poda no local. 

Até o fechamento desta edição, a Prefeitura de São Bernardo não respondeu sobre o cronograma de corte de árvores no bairro, e nem se solicitou o serviço à concessionária.




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