Denunciantes alegam explosões nos transformadores, árvores em contato com a fiação elétrica e diversos prejuízos por conta da interrupção do serviço
Moradores do Riacho Grande, em São Bernardo, denunciam constantes quedas de energia elétrica na Rua Álvaro da Silva Madeira, na Vila Jurubatuba. Segundo alegam, a falta de luz é um problema crônico no bairro e ocorre há muitos anos, ocasionando diversos prejuízos para os munícipes.
Os denunciantes afirmam que acionam quase diariamente a Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica na região, mas relatam que a empresa não realiza o serviço preventivo para solucionar o problema.
A empresária Suzilene Batista de França, 54 anos, conta que os moradores precisaram mudar a rotina por conta da constante interrupção de energia. Banhos rápidos, alimentos estragados na geladeira e falta de água são alguns dos problemas apresentados pela moradora. “Como não temos água encanada, utilizamos um poço artesiano, e sem luz não conseguimos bombear a água para a caixa para poder abastecer a residência. Em média ficamos de oito a 12 horas, às vezes até mais, sem luz. Aqui é o último lugar em que eles vêm religar a energia”, desaba Suzilene.
Morador há oito meses do local, Adriano Manoel Ribeiro, 45, explica que são registradas explosões nos postes de energia próximo à rua onde mora devido ao contato da fiação elétrica com as árvores. “Os fios ficam pendurados nos galhos, as plantas crescem ao redor dos disjuntores, o que deve ocasionar as explosões. Além da falta de energia, isso coloca em risco a segurança das pessoas. Não é realizada poda preventiva e nem manutenção na fiação elétrica”, denuncia.
Ribeiro, que é cabeleireiro, elenca os prejuízos ocasionados pela falta de luz constante. “Já queimou duas cafeteiras, e danificou outra. Não consigo mais atender meus clientes em casa, preciso me deslocar para poder trabalhar. Sem contar os vizinhos que trabalham de home-office e que precisam ir para casa de parentes. O pior é pagar R$ 140 por mês e não ter a energia, porque a conta vem de todo jeito, e eles falam que é baseado nos meses anteriores”, reforça.
Na última quinta-feira (25), os moradores da Vila Jurubatuba estavam há quase 24 horas sem luz. Após o Diário acionar a Enel, a energia foi restabelecida no local no início da tarde, porém, às 20h, o bairro já estava novamente no escuro. Ontem, o serviço foi interrompido pela manhã e voltou no início da tarde.
“Todos os dias passamos por essa situação, não aguentamos mais viver assim”, finaliza Ribeiro. Além da alta frequência da queda de energia, a cuidadora de idosos, Andreza Fracasso, 47, reclama do tempo para que a luz seja religada.
“Já ficamos três dias seguidos no escuro. A conta para pagar sempre chega, mas na hora de restabelecer o serviço precisamos ficar indo atrás do caminho para solicitar que religuem. Minha mãe tem 76 anos e tem Alzheimer, ela fica ansiosa vivendo nessa situação. Já perdi três aparelhos queimados devido aos estouros nos transformadores, geladeira, televisão e notebook. Por conta da burocracia, acabei desistindo de requerer meus direitos”, pontua Andreza, que mora há 15 anos no local.
SEM RESPOSTAS
Questionada, a Enel não explicou o motivo das interrupções contínuas no serviço de energia na rua Álvaro da Silva Madeira. A concessionária também não informou a frequência de manutenção na rede elétrica, que tem ocasionado explosões nos transformadores.
Sobre a poda das árvores que estão em contato com a fiação, a Enel disse que a manutenção da arborização no espaço público, incluindo podas preventivas e periódicas para evitar o contato das árvores com a rede elétrica, é atribuição de responsabilidade das prefeituras.
“A companhia, por sua vez, realiza podas de forma preventiva e emergencial, quando os galhos de árvores já estão muito próximos ou tocando os condutores da concessionária, podendo causar quedas de energia e acidentes com a população. A distribuidora ressalta ainda que não há nenhum ofício expedido para poda de árvore no endereço mencionado”. Porém, segundo afirmam os moradores, a empresa não efetuou o serviço de poda no local.
Até o fechamento desta edição, a Prefeitura de São Bernardo não respondeu sobre o cronograma de corte de árvores no bairro, e nem se solicitou o serviço à concessionária.
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