As torcidas de Santo André e São Caetano iniciam o Campeonato Paulista/2004 com uma palavra na cabeça: rivalidade. Depois de 11 anos, os dois principais clubes do Grande ABC voltam a se enfrentar na elite do principal torneio regional do Brasil. Na próxima quarta-feira, o Ramalhão vai até o território adversário, o estádio Anacleto Campanella, para tentar derrubar o Azulão e o seu time repleto de bons jogadores.

Os dois times chegam cotados para figurar entre os ponteiros da competição. Depois dos sempre favoritos Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos, Santo André e São Caetano integram o chamado 'grupo intermediário', formado também por Portuguesa, Guarani, Ponte Preta e Marília.

Voltando ao que mexe com a torcida, o clássico da próxima semana chega repleto de ingredientes que farão do modesto estádio sul-sancaetanense uma verdadeira bomba-relógio. Bons jogadores, treinadores consagrados e torcidas à espera de provar qual é a verdadeira potência do ABC.

De olho na Taça Libertadores da América, o Azulão não economizou para trazer jogadores de ponta. O técnico Tite pediu e a diretoria abriu os cofres para contratar os laterais Anderson Lima (ex-Grêmio e Santos) e Gilberto (ex-Grêmio, Flamengo, Cruzeiro e Inter de Milão – Itália).

No entanto, como já é tradição no São Caetano, jogadores de menor expressão, mas que se destacaram no último Campeonato Brasileiro, foram contratados. Entre eles estão o goleiro Fabiano (ex-Portuguesa e América-MG), o lateral-direito Edson Mendes (ex-América-MG), os laterais-esquerdos Marcinho (ex-Rio Branco de Americana) e Triguinho (Figueirense) e o atacante Fabrício Carvalho (ex-Ponte Preta).

Por sua vez, a diretoria do Santo André, muito satisfeita com o ano de 2003 e projetando uma Copa do Brasil difícil, preferiu manter a base que conquistou o título da Copa Estado de São Paulo e o acesso para a Série B do Brasileiro deste ano. Segurar as jovens promessas, que levantaram o caneco da Taça São Paulo de Futebol Júnior de 2003, também foi uma das metas do Ramalhão.

Mesmo assim, os reforços foram chegando e um time forte foi montado. A principal aquisição é o ex-meia-atacante do Corinthians Fumagalli. Além dele, o clube trouxe o volante Cléber Gaúcho (ex-Criciúma), o zagueiro Fernando (ex-Fortaleza) e o atacante Jean Carlos (ex-Paulista e São Caetano).

Além deles, o técnico Luiz Carlos Ferreira, conhecido no interior de São Paulo como 'Rei do Acesso', poderá contar com os meias Élvis e Tássio, o atacante Fábio Reis, o volante Ramalho, o lateral-esquerdo Richarlysson e o pequenino meio-atacante Denni.

A verdade é que o Campeonato Paulista de 2004 promete ser um dos mais eletrizantes. Além dos clássicos já consagrados Palmeiras x Corinthians; Santos x São Paulo; e Guarani x Ponte Preta; os torcedores mais jovens poderão assistir ao derbi São Caetano x Santo André.

No Paulistão de 2003, Ramalhão e Azulão disputaram a primeira divisão do certame. No entanto, ele ficaram em chaves diferentes, o que impossibilitou a realização do clássico do Grande ABC.

A volta do mata-mata - Ao torcedor que não se satisfez com a inovação dos pontos corridos, implantados no Campeonato Brasileiro do ano passado, o Paulistão significa um 'alívio'. Feito ao gosto dos clubes, o estadual retoma a fórmula do mata-mata. Os jogos eliminatórios começam logo na segunda fase, equivalente às quartas-de-final. A partir da semifinal, os duelos do mata-mata serão em ida e volta.

Outra 'tradição' que o Campeonato Paulista retoma é a fórmula confusa. O torneio terá 21 participantes, divididos em duas chaves (dez no Grupo 1 e onze no Grupo 2). São Paulo, Corinthians, Ponte Preta, Portuguesa de Desportos, Portuguesa Santista, América, Rio Branco, União Barbarense, Atlético Sorocaba e Juventus formam o Grupo 1. Santo André, São Caetano, Santos, Palmeiras, Guarani, Marília, Ituano, Paulista, Mogi Mirim, União São João e Oeste de Itápolis compõem o Grupo 2.

Na primeira fase, que vai de 21 de janeiro (quarta-feira) a 14 de março (domingo), os 21 times jogam contra os adversários de chave, em apenas um turno. Os quatro melhores de cada grupo vão às quartas-de-final. Caem para a segunda divisão as duas equipes de pior campanha – uma de cada chave.

Os critérios de desempate entre as equipes que terminarem com o mesmo número de pontos são (pela ordem de importância): maior número de vitórias; melhor saldo de gols; maior número de gols marcados e confronto direto (apenas no caso de empate entre dois time). Se ainda assim persistir a igualdade, o desempate se dará por sorteio público na sede da Federação Paulista de Futebol (FPF).

Na segunda fase, marcada para 21 de março (domingo), os times se cruzam no esquema 1º x 4º e 2º x 3º - em partida única. O 1º e o 2º colocados de cada grupo terão o privilégio de jogar em casa. Se houver empate no tempo normal, os dois times disputam uma prorrogação de 30 minutos (15x15). Persistindo o empate, a decisão vai para cobrança de pênaltis.

Na terceira etapa, equivalente à semifinal, os dois confrontos serão no esquema turno e returno (28 de março e 4 de abril – dois domingos). A ordem dos mandos de campo será definida por sorteio. O primeiro critério de desempate no caso de igualdade em pontos é o saldo de gols. Se houver empate em pontos e saldo de gols ao final dos dois confrontos, a vaga na final será decidida nos pênaltis.

A final também será em duas partidas, marcadas para 11 e 18 de abril (domingos) – os mandos também serão definidos por sorteio. Os critérios de desempate na final seguem os mesmos: em caso de igualdade em pontos, vence quem tiver melhor saldo de gols; se houver empate em tudo, o título será decidido nos pênaltis.