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Sto.André tem pioneira no Estado a atender o Samu sobre duas rodas

Enfermeira é uma das poucas mulheres a pilotar motocicletas de primeiros socorros no País

Thainá Lana
21/01/2024 | 08:55
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Em 2017, Andrea era a sexta mulher do País a concluir o GMU (FOTO: Celso Luiz/DGABC)


O amor pela área da saúde e por motos fez com que Andrea Barbosa Valentim, 49 anos, atingisse uma importante marca profissional. Em 2017, a andreense foi a primeira enfermeira do Estado a fazer atendimento pré-hospitalar sobre duas rodas, nas chamadas motolâncias, motocicletas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) destinadas aos primeiros socorros.

O serviço da Unidade Móvel Motolância é importante para garantir uma resposta mais eficiente no tempo de atendimento em relação às ambulâncias convencionais. Além disso, é uma solução para locomoção mesmo em condições de tráfego ruim, considerando que o tempo de resposta é menor comparado a um veículo de quatro rodas, e também em locais de difícil acesso, como comunidades e vias de terra.

Após sete anos do feito histórico, Andrea segue sendo a única mulher a conduzir uma motocicleta para atendimento pré-hospitalar na região, considerando Santo André, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires – as demais cidades não informaram o sexo do condutor dos equipamentos. No Grande ABC, estão em circulação seis motolâncias e 39 ambulâncias nos quatro municípios, entre suporte básico e avançado. No Brasil são 252 motolâncias habilitadas no Samu e 3.749 ambulâncias em operação, segundo o Ministério da Saúde.

“É um ambiente bem masculino. Em dezembro de 2017, eu era a sexta mulher do País com a formação do GMAU (Grupo de Motociclistas em Atendimento de Urgências). Mas é uma ocupação como qualquer outra, não importa o sexo e sim a habilidade e a competência para realizar a função”, diz Andrea, que relata ainda que nunca sofreu nenhum tipo de preconceito de gênero por parte dos colegas, mas confirma que existe um estereótipo na profissão.

“Quando as pessoas veem alguém pilotando uma moto, ainda mais de um serviço de saúde, já esperam que seja um homem. Por isso, sempre que posso, encorajo outras mulheres, que também são apaixonadas por moto, a fazerem a formação e ingressar na carreira. Precisamos ocupar mais espaços e mostrar que é possível”, ressalta a enfermeira.

Com 23 anos de experiência na área da saúde, Andrea se formou em 1991 em instrumentação cirúrgica, mas mantinha o desejo de atuar na parte da enfermagem, e principalmente, nas ruas, com atendimento pré-hospitalar. Sua primeira experiência com o Samu foi em 2005, no município de Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo.

A passagem pelo serviço de primeiros socorros foi rápida, mas reafirmou sua vontade de trabalhar na área. Foi em 2017 que Andrea ingressou no Samu de Santo André, após a finalização das formações necessárias, e desde então segue realizando seu objetivo: salvar vidas.

Além da motolância, a enfermeira também atua com as equipes nas unidades básicas e avançadas do Samu no município. Sobre os momentos mais marcantes da carreira à frente do atendimento de primeiros socorros, a andreense destaca a adrenalina diária por conta dos atendimentos.

“Não é em todo chamado que nos deparamos com situações tensas, as equipes vão com as motocicletas na frente também para fazer essa triagem e, caso precise, o veículo que possui mais equipamentos é acionado. Já presenciei situações bem complicadas, uma criança me puxando e pedindo para salvar seu pai que estava tendo uma parada cardiorrespiratória, nascimento de um bebê dentro da ambulância, mas acredito que os mais chocantes foram os atendimentos de pessoas conhecidas, esses ficaram guardados na memória.”

ALTO RISCO NO TRÂNSITO PREOCUPA PROFISSIONAL

O amor pelo motociclismo sempre esteve presente na vida de Andrea Barbosa Valentim, 49 anos. A enfermeira já chegou a fazer parte de motoclubes e adora pegar estrada sobre duas rodas. Apesar da pilotagem estar presente nos âmbitos pessoal e profissional, a andreense decidiu diminuir o ritmo por conta do seu neto, Rafael Barbosa Valentim, 3 anos.

“Cuido do meu netinho e agora é diferente, não posso colocar sempre minha vida em risco. Querendo ou não, o motociclista está inserido em mais situações de perigo que o motorista, então sempre que posso evito sair de casa de moto, opto por usar o carro. E no trabalho tem dias que estou escalada para pilotar a motolância, e em outros atuo na equipe das ambulâncias”, explica.

REDES SOCIAIS

Para descontrair da rotina, Andrea tem se aventurado no universo da internet, mais precisamente no aplicativo Tik Tok. Na plataforma, a enfermeira grava vídeos da sua rotina no Samu (sem mostrar nada sobre os atendimentos), e também da sua vida pessoal, como treinos na academia, encontro com amigos e dublagens de músicas e áudios.

Seu perfil (@andrea_valentim) já conta com mais de 18 mil seguidores, e o vídeo com mais engajamento, com 350 mil visualizações e 14 mil curtidas, é de Andrea uniformizada em uma ambulância se preparando para iniciar um turno. “As pessoas ficam curiosas para saber um pouco mais sobre a profissão, então mostro coisas sobre a minha rotina que não comprometam o trabalho”, finaliza. <TL>TL




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