A forte tempestade que atingiu a região de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na noite desta terça-feira, 16, causou estragos em diversos pontos da capital gaúcha. Segundo a prefeitura, o impacto incluiu quedas de árvores, alagamentos, falta de luz e diversos hospitais alagados, alguns destelhados e temporariamente inutilizáveis, inclusive UTIs. Não havia registros de mortos ou feridos até a publicação desta matéria.
O Inmet (Instituto Nacional de Metereologia) alertou que até a manhã desta quarta-feira, 17, o Estado enfrentará chuvas intensas, alguns temporais com raios, queda de granizo e rajadas de vento. Até o momento já foram emitidos dois alertas vermelhos e um laranja para os temporais na região.
Por volta das 22h de terça, quando a chuva chegou à região, cerca de 20 bairros ficaram sem energia, o que afetou casas de bombas de drenagem e estações de abastecimento. A prefeitura comunicou falta de energia elétrica nas Estações de Bombeamento de Água Bruta (Ebabs) São João e Moinhos de Vento e informou que sem previsão de reabastecimento, 51 bairros serão atingidos pelo desabastecimento.
A CEEE-Equatorial ainda não havia divulgado informações sobre número de imóveis afetados até a última atualização desta reportagem.
O Metsul informou que locais como o Aeroporto Salgado Filho registrou vento de 89 km/h, assim como o Jardim Botânico. Em Canoas, na base aérea, o vento chegou a 107 km/h. Segundo a instituição, uma hora de chuva atingiu metade da média histórica de precipitação de janeiro inteiro na cidade, que é de 120,7 mm.
Até às 5h40 desta quarta-feira, a Defesa Civil havia registrado 30 ocorrências desde o início do temporal para destelhamentos e quedas de árvore sobre residências, 36 vias que ficaram alagadas, 27 postes que cederam e 150 árvores caídas, muitas sobre carros.
Imagens compartilhadas pela prefeitura no Twitter mostram alguns dos chamados, em um deles, uma árvore de grande porte estava caída sobre a via e sobre um veículo na rua Conde de Porto Alegre.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação, que gere a mobilidade urbana da capital, registrou 21 ocorrências devido às chuvas, sendo sete com bloqueio total da via por acúmulo de água e seis por queda de árvore.
Algumas vias chegaram a registrar água a 60 centímetros de altura, provocando inviabilidade na passagem de veículos; uma delas é a saída da Avenida Castelo Branco.
Pelas redes sociais, moradores registraram vídeos onde alagamentos tomam conta das vias em altura considerável e afetam carros que estavam estacionados, alguns chegam a ter o alarme disparado e boiam na água.
Diversos hospitais do Estado são atingidos
A Secretaria Municipal de Saúde informou que cerca de 12 unidades, entre hospitais, unidades de pronto atendimento e institutos médicos, foram atingidos pelas chuvas desta madrugada.
Na capital, um dos mais afetados foi o Hospital São Lucas da PUC, onde o telhado foi arrancado e o teto de dois leitos de UTI desabaram, fazendo com que os pacientes fossem remanejados.
A emergência e o Centro de Diagnóstico por Imagem do hospital também sofreram com alagamentos e dez leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) estão temporariamente inutilizados. Segundo a secretaria, cirurgias devem ser restringidas ou suspensas nos próximos dias até o restabelecimento do local.
Em outros locais, como o Hospital de Pronto Socorro, o problema foi o retorno da rede de esgoto dentro da unidade, e no auditório do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas os vidros foram quebrados pela ventania. Ambos também registram pontos de alagamentos.
Diversos outros hospitais também registraram alagamentos, infiltrações e falta de energia,
Interior do Estado
Outras cidades e regiões do Rio Grande do Sul também foram afetadas pelas chuvas, incluindo rodovias espalhadas pelo Estado. Segundo Comando Rodoviário da Brigada Militar, ao menos quatro rodovias estaduais tiveram bloqueio total, enquanto outras seis apresentaram bloqueios parciais.
A BR-448, próximo à Arena do Grêmio, teve queda de uma estrutura metálica que provocou a interrupção trânsito. Nas rodovias como ERS 420, em Aratiba, e ERS 431, em São Valentim do Sul, a pista cedeu. Outras rodovias tiveram erosão e quedas de árvores.
Dentre as cidades afetadas pelos fortes ventos e a chuva intensa, estão Santa Maria, São Vicente do Sul, Uruguaiana, São Gabriel e Dom Pedrito que registraram casos de desabamentos em estradas, destelhamento de residências e hospitais.
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