Por Sergio Caldas
São Paulo, 17/01/2024 - As bolsas europeias operam em baixa de mais de 1% na manhã desta quarta-feira, após mais comentários de autoridades do Banco Central Europeu (BCE) esfriarem as expectativas para cortes de juros na zona do euro e na esteira de dados econômicos decepcionantes da China. Também preocupa a perspectiva da política monetária no Reino Unido, após dados de inflação acima do esperado, e dos EUA.
Por volta das 6h30 (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 1,3%, a 466,90 pontos.
Nos comentários mais recentes, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse à Bloomberg em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial, que embora a inflação na zona do euro esteja voltando para a meta oficial, ainda não é possível declarar vitória. Já o dirigente do BCE e presidente do BC holandês, Klass Knot, disse que é improvável que haja cortes de juros no primeiro semestre deste ano.
No Reino Unido, a taxa anual da inflação ao consumidor (CPI) acelerou inesperadamente em dezembro, a 4%, impulsionando a libra e reduzindo as chances de eventual relaxamento da política monetária do Banco da Inglaterra (BoE).
Ainda no campo da política monetária, um diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) previu ontem que os juros americanos cairão menos este ano do que se imaginava. Em reação, as bolsas de Nova York encerraram o pregão de terça-feira em baixa.
Pesa ainda no sentimento do investidor na Europa a última bateria de indicadores da China. No quarto trimestre de 2023, o PIB chinês teve expansão anual de 5,2%, em linha com a previsão de analistas consultados pela FactSet. O resultado, porém, ficou abaixo do consenso do The Wall Street Journal (+5,6%) e da Reuters (+5,3%). Números chineses do varejo e do setor imobiliário também desagradaram.
Logo mais, a Eurostat divulga pesquisa final do CPI da zona do euro, que mostrou aceleração na leitura preliminar.
Às 6h46 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 1,67%, a de Paris recuava 1,13% e a de Frankfurt cedia 1,07%. Já as de Milão, Madri e Lisboa tinham perdas de 1,01%, 1,23% e 1,59%, respectivamente.
Contato: sergio.caldas@estadao.com
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