Pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que o rendimento médio dos brancos no Brasil é um pouco menor que o dobro do recebido pelos negros e pardos. Em setembro deste ano, os negros e pardos recebiam, em média, R$ 660,45, o equivalente a 51,1% do rendimento dos brancos (R$ 1292,19).
De acordo com o estudo, a população declaradamente preta ou parda representava 42,8% das 39,8 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade nas seis regiões metropolitanas investigadas (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre). Embora essa soma representasse menos da metade da população em idade ativa, eles eram maioria (50,8%) entre os desocupados.
Entre os empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (que têm maior proteção legal e melhores remunerações), 59,7% eram brancos e 39,8% pretos e pardos. A população branca também era maioria entre os empregados sem carteira assinada (54,5%) e os trabalhadores por conta própria (55%), mas os pretos e pardos correspondiam a 57,8% dos trabalhadores domésticos.
Por grupamento de atividade, a construção e os serviços domésticos foram os que mostraram predominância dos pretos e pardos, que eram 55,4% e 57,8%, respectivamente. O grupamento com a menor participação de pretos e pardos foi o de Serviços Prestados à Empresas e Intermediação Financeira, Atividades Imobiliárias, com 34,6%.
De acordo com o IBGE, a disparidade entre salários é ainda maior entre os trabalhadores mais escolarizados. Na faixa com pelo menos o nível médio completo, o ganho salarial tinha acréscimo de 62% no rendimento dos negros e pardos. Entre os brancos, essa porcentagem subia para 250%.
No caso da escolaridade, a população em idade ativa preta e parda tinha 7,1 anos de estudo, enquanto a branca apresentava 8,7 anos. Cerca de 25,5% dos brancos com mais de 18 anos freqüentavam ou já haviam freqüentado curso superior, percentual que caía para 8,2% no caso dos negros e pardos.
Ainda em relação à educação, 20,1% dos pretos e pardos com 10 anos ou mais tinham algum curso de qualificação profissional, enquanto na população branca este percentual subia para 25,3%.