Recurso será direcionado para limpeza dos reservatórios de detenção; Santo André e Mauá estão como as primeiras contempladas
O DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) prometeu que vai investir, neste ano, R$ 43,7 milhões para a limpeza de 27 piscinões, também conhecidos como reservatórios de detenção. No Grande ABC, 19 equipamentos estão na programação. As primeiras cidades contempladas serão Santo André, com o piscinão Faculdade Medicina, e Mauá, com os do Sônia Maria, Paço Municipal e Corumbé Zaíra.
O cronograma de serviços previsto na região vai até junho, quando as manutenções serão finalizadas nos piscinões Vila Rosa, Taboão e Canarinho, em São Bernardo, e Ecovias, em Diadema (veja mais na arte abaixo). O Grande ABC possui outros tanques para armazenamento de água da chuva, que são de responsabilidade das prefeituras.
O objetivo do investimento anunciado é evitar alagamentos e enchentes. A frequência da limpeza varia conforme a quantidade de lixo, sedimentos, intensidade das tempestades e ocupação da área da bacia. O DAEE opera 27 piscinões na Região Metropolitana de São Paulo, sendo 19 piscinões na bacia do Alto Tamanduateí, nos municípios da região. “Neste ano, o DAEE vai investir R$ 43,7 milhões na limpeza dos 27 piscinões, incluindo a remoção de cerca de 200 mil metros cúbicos de sedimentos e lixo dos reservatórios, equivalente à carga de 15,4 mil caminhões basculantes, e capinagem de cerca de 199 mil metros quadrados”, afirmou o departamento em nota.
O diretor de Engenharia e Obras do órgão, Nelson Lima, relata que os maquinários utilizados para limpeza são caminhões, retroescavadeiras, carregadeiras e, em alguns casos, instrumentos para o corte de gramas.
“Temos um planejamento anual de trabalho. Cada piscinão recebe um tipo de tratamento, mas, pelo menos uma vez por ano, passamos em todos. Com o cronograma, conseguimos manter mais de 95% de disponibilidade de todos os piscinões que estão sob nossa responsabilidade. A programação também pode variar”, ressaltou.
Além dos piscinões listados para manutenção em meses pré-determinados, o DAEE especifica que o da Petrobrás, em Mauá, é dragado durante o ano inteiro.
“O serviço que realizamos é preventivo e rotineiro. Não é algo que fazemos apenas antes ou depois dos período das chuvas. Para ter um uso eficiente do dinheiro público, isso precisa ser feito. Se tem uma chuva mais forte que afeta um piscinão, podemos adiantar o processo (de limpeza) para manter a disponibilidade adequada nesses equipamentos públicos. Estamos monitorando o tempo inteiro.”
‘Relatório do Consórcio não teve impacto’, diz Daee
A limpeza dos piscinões da região foi uma cobrança feita pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC em dezembro de 2023, quando a entidade encaminhou um relatório produzido pelo GT (Grupo de Trabalho) Drenagem com técnicos da região informando sobre as necessidades de intervenções nos reservatórios de Santo André, Mauá e Diadema. Apesar disso, o DAEE nega que considerou o material para divulgar o investimento de R$ 43,7 milhões.
O estudo do Consórcio menciona os piscinões Faculdade de Medicina, em Santo André; Jardim Sônia Maria, Petrobras, Corumbé e Paço Municipal, em Mauá; e Casa Grande, Ecovias e Mercedes Benz, em Diadema. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que também fazem parte da entidade regional, não possuem piscinões estaduais. De acordo com o documento, as manutenções de bombas e instalações, corte do mato, limpeza e desassoreamento não estavam sendo feitos pelo DAEE, que é o órgão responsável.
O relatório elaborado pelo Consórcio, obtido na íntegra pelo Diário, informa que os serviços de limpeza não estavam sendo executados na maior parte dos piscinões em Santo André, Mauá e Diadema. Ressaltou também que, anualmente, a entidade regional recebia o cronograma de ações de limpeza (roçagem) e desassoreamento dos reservatórios - exceto em 2023.
“Não houve o recebimento do cronograma solicitado; assim como não houve a realização dos serviços na região, apesar das reiteradas solicitações. Importante destacar que estamos entrando em dezembro de 2023, ou seja, no período crítico de chuvas, e torna-se imprescindível o correto funcionamento dos dispositivos de retenção”, indicou o Consórcio na época. <TL>
Quando o DAEE divulgou o repasse, o presidente da entidade e prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), declarou que o “início da limpeza dos piscinões mostra que a nossa cobrança, de maneira conjunta entre os municípios consorciados, surtiu efeito prático”.
Por outro lado, o departamento ligado ao Governo do Estado disse ao Diário que o cronograma de investimentos foi formulado sem considerar a solicitação do Consórcio.
“A gente tem conhecimento desse documento, veio para a nossa avaliação, mas não teve impacto na programação deste ano. Eles mandam material quando tem algum tipo de constatação. Porém, o cronograma segue conforme o que a gente já tinha previsto”, explica o diretor de Engenharia e Obras do DAEE, Nelson Lima. “Queremos trabalhar em parceria seja com Consórcio ou com as prefeituras. Somos uma unidade do Estado que tem esse tipo de parceria com os municípios. A gente avalia (o que é encaminhado), mas a programação está conforme o que tinhamos planejado (anteriormente).”
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